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Livros imprescindíveis que deram origem a adaptações cinematográficas
Por séculos o cinema e a literatura vem flertando um com o outro. Duas linguagens que se entendem e que, muitas vezes, se complementam, gerando incríveis adaptações das páginas impressas para as telonas. Mas se você é do tipo de pessoa que ama uma leitura, sabe que é aquela história, né… o livro é (quase) sempre melhor do que o filme.
Um não exclui o outro, é possível apreciar ambos. Mas para dar aquele gostinho de entendimento da diferença entre o livro e o filme, fizemos uma seleção de seis obras imperdíveis que deram origem a documentários, animações e longas aclamados por Hollywood e pelo circuito de cinema alternativo.
Seis obras consagradas que você precisa ler e ter na estante. Confira abaixo.
1 – A Escolha de Sofia (William Styron)
Começamos nossa lista com um clássico do escritor William Styron. Com três milhões de exemplares vendidos, 47 semanas nas listas de best-sellers do Times e vencedor do National Book Award de 1980, A Escolha de Sofia narra a história de uma sobrevivente dos campos de concentração nazista. Sofia tenta recomeçar sua vida pós horrendos acontecimentos do Holocausto, porém, atormentada por dilemas e fantasmas do passado, a protagonista não sabe ser possível encontrar a felicidade perante a corrosão que a culpa lhe impõe por conta do passado.
Uma narrativa tocante e de tirar o fôlego. O livro, com roteiro, produção e direção de Alan J. Pakula, foi adaptado para o cinema em 1982, e rendeu o Oscar de melhor atriz para a incrível e talentosa Meryl Streep, além de diversos outros prêmios no circuito cinematográfico.
A Escolha de Sofia – Trailer legendado
2 – A Arte da Guerra (Sun Tzu)
O maior tratado de guerra de todos os tempos. A Arte da Guerra é sem dúvida a Bíblia da estratégia, sendo hoje utilizada amplamente no mundo dos negócios, conquistando pessoas e mercados. Um tratado militar de treze capítulos escrito no século IV a.C, por um estrategista conhecido como Sun Tzu, é ainda um dos maiores ícones da estratégia dos últimos 2500 anos.
Acredita-se que o livro tenha sido utilizado por nomes como Napoleão Bonaparte e Mao Tse Tung. Em 2015 o livro ganhou uma adaptação de documentário no History Channel.
Sun Tzu: A Arte da Guerra – Documentário History Channel Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=gxGbYrn68Ko
3 – Holocausto Brasileiro (Daniela Arbex)
Durante décadas, milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, num enorme hospício na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. Ali foram torturados, violentados e mortos sem que ninguém se importasse com seu destino. Eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento.
Ninguém ouvia seus gritos. Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram reportagens denunciando os maus tratos. Nenhum deles — como faz agora Daniela Arbex — conseguiu contar a história completa. O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população. Leitura necessária que deu origem a um documentário produzido pelo History Channel em 2017.
Hospital Colônia de Barbacena: “O Holocausto Brasileiro” – Documentário History Channel Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=izE_vxYqUiU
4 – Menina de Ouro (F. X. Toole)
Com traduções dos escritores Rubem Fonseca, Carlos Heitor Cony, Moacyr Scliar, Marçal Aquino, Luiz Fernando Emediato e Sérgio Dávila, Menina de Ouro traz as seis histórias sobre o mundo do boxe nas quais o cineaste Clint Eastwood se inspirou para o filme que ganhou quase todos os Oscars de 2005. Seu autor, Jerry Boyd, que publicou o livro já aos 70 anos, com o pseudônimo de F. X. Toole, era um velho treinador de Los Angeles que deu vida, de forma dura e amarga, aos personagens que gravitam em torno do mundo e do submundo das luta: boxeadores, treinadores, apostadores, vagabundos, mafiosos.
Jerry Boyd morreu em 2004, dois anos depois da publicação do livro e um ano antes da estréia do filme, sem conhecer a glória – como treinador ou escritor. Só se transformou mesmo em sucesso depois do filme. Ele passara quarenta anos escrevendo e sendo rejeitado pelas editoras. As histórias de seus personagens densos, dramáticos, são tão tristes quanto as da própria vida do autor. Enquanto filmavam Menina de Ouro,– preocupava-se apenas com duas coisas: receber o dinheiro da venda dos direitos, porque já estava velho, e garantir que os produtores não mudassem o trágico final da história.
As histórias do mundo do boxe e seus dramáticos personagens que vivem acertando contas com a dor das pancadas, o risco de morrer, a exploração dos empresários, os duros golpes do destino, como o desemprego, a marginalidade e a fome foram, em Menina de Ouro, traduzidas por mestres da literatura brasileira. Cada um – sem ferir o seco estilo narrativo de Toole – reconstruiu suas frases, em português, para obter, numa prosa de qualidade, a obra deste imprevisto e surpreendente autor.
Menina de Ouro – Trailer legendado
http://https://www.youtube.com/watch?v=dCdNCQJ0pUE
5 – Morango e chocolate (Senel Paz)
David, jovem revolucionário, conhece Diego, homossexual assumido, patriota e nacionalista. Surge então o dilema: o dever “patriótico” da denúncia ou a aceitação de uma amizade inesperada, que vai abrindo os olhos dos dois para outras concepções de vida e outros valores humanos, como o direito de ser plural e de manifestar -se livremente.
A história, que transcorre numa Havana histórica e bela, é um canto à amizade e à tolerância, humanamente calorosa e cheia de espírito. Nesta e nas outras três histórias deste livro comovente, Senel Paz pega o leitor pelo coração, com seus personagens ora cômicos, ora líricos, daqueles que marcam para sempre as nossas vidas. Morango e chocolate ficou famoso na década de 90, quando transformou -se em filme de sucesso mundial, indicado para o Oscar.
Morango e Chocolate – Trailer
6 – O Pequeno Príncipe (Antoine de Saint-Exupéry)
Fechamos a lista com essa pérola, escrita pelo francês Antoine Saint-Exupéry, de leitura obrigatória para todas as idades. A história gira em torno de um piloto que cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil que diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida.
O Pequeno Príncipe é o livro de cabeceira de muitas crianças, daquelas histórias que passam de pais para filhos e que são lidas para as crianças antes da hora de dormir.
Indubitavelmente um dos maiores clássicos da literatura infanto-juvenil. Não há adulto que não se comova ao se lembrar de quando o leu quando criança. Trata-se da maior obra existencialista do século XX, segundo Martin Heidegger.
Livro mais traduzido da história, depois do Alcorão e da Bíblia. Nesta edição especial, com a tradução de Frei Betto, é enriquecida com um caderno ilustrado sobre a obra e a curta e trágica vida do autor. O livro ganhou diversas adaptações durante os anos, sendo a mais recente uma belíssima animação produzida em 2015 pela Paris Filmes com direção de Mark Osborne.
O Pequeno Príncipe – Trailer legendado
Boa leitura!
Prefeitura de São Paulo pode criar o novo Holocausto Brasileiro
Infelizmente a história pode se repetir. Uma triste história por sinal. A internação compulsória das pessoas dependentes químicas que vivem nas ruas do centro da cidade de São Paulo, proposta pelo prefeito de São Paulo, João Dória, por meio de uma liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo, vai contra todas as normas e diretrizes da Lei 10216/2001, (mais conhecido como Lei Antimaniconial), chancelada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do seu próprio partido, o PSDB.
A mando de Dória, estamos vendo cenas fortes e lamentáveis, como prédios sendo demolido com pessoas dentro, o discurso que o melhor tratamento é a internação, além de bravatas de que a Cracolândia acabou.
A Geração Editorial publicou em 2013, o best-seller e premiado livro-reportagem Holocausto Brasileiro, com mais de 100 mil exemplares vendidos, da jornalista e escritora Daniela Arbex, essa obra mostra um dos efeitos das internações à força.
O resultado foram mais de 60 mil mortes durante décadas, no Hospício de Barbacena, para muitos um genocídio. Uma boa notícia foi que o Tribunal de Justiça de São Paulo caçou essa liminar, digamos ultrapassada. O desembargador Reinaldo Miluzzi em seu despacho confirmou a solicitação da Promotoria de que “o pedido da Prefeitura é impreciso, vago e amplo e, portanto, contrasta com os princípios basilares do Estado Democrático de Direito” ao permitir à administração do município “carta branca” para escolher quem deveria ser apreendido.
Para Daniela Arbex, a decisão da administração Dória é quando a força se sobrepõe ao cuidado e a vontade individual, o resultado é sempre desastroso.
Sinopse:
Durante décadas, milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, num enorme hospício na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. Ali foram torturados, violentados e mortos sem que ninguém se importasse com seu destino. Eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento.
Ninguém ouvia seus gritos. Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram reportagens denunciando os maus tratos. Nenhum deles — como faz agora Daniela Arbex — conseguiu contar a história completa. O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população.
Palestra em São Paulo desvenda mistérios e o perfil de Dom Pedro I
O Consulado de Portugal em São Paulo convida o público em geral para a palestra “D Pedro. Um homem entre dois mundos”, que será ministrada pelo arquiteto, urbanista e pesquisador paulistano Paulo Rezzutti no dia 19 de abril, a partir das 19h00.
O encontro terá como objetivo evidenciar aspectos – até agora pouco explorados – sobre a vida de Pedro de Alcântara, mais conhecido como Dom Pedro, primeiro imperador do Brasil e filho de Dom João VI e Carlota Joaquina.
Quase duzentos anos depois de sua morte, pouco ainda se sabe do personagem que entrou nos livros de história e no imaginário do brasileiro, cercado por uma aura a um só tempo caricatural e enigmática. Detalhes curiosos que marcam a história serão desvendados por Paulo Rezzutti, membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
O palestrante comentará sobre a personalidade complexa de Dom Pedro, homem que se dispunha a morrer por uma causa; do pai que queria para os filhos a educação que reconhecia falhar em si próprio; da visão do imperador sobre a escravidão; e do governante que foi protagonista na transição do absolutismo ao liberalismo e ao regime constitucional no Brasil.
Paulo Rezzutti trabalhou como consultor técnico na exumação dos corpos dos primeiros imperadores do Brasil, sendo o responsável pela remoção do corpo da imperatriz Amélia da parede em que se encontrava na cripta do monumento à Independência, localizado no Ipiranga (São Paulo/SP).
Em 2010, Rezzutti descobriu em Nova Iorque 94 cartas inéditas de D. Pedro I para a Marquesa de Santos que foram publicadas no livro “Titília e o Demonão – Cartas Inéditas de D. Pedro I à Marquesa de Santos” (Geração Editorial, 2011). Já em 2013 lançou a biografia Domitilla, a verdadeira história da Marquesa de Santos (Geração Editorial), finalista na categoria “Biografia” do Prêmio Jabuti 2014 e do 2º Prêmio Brasília de Literatura.
Em setembro de 2015 publicou “D. Pedro: A História Não Contada”. O livro chegará à Portugal em maio de 2016 pela Editora Dom Quixote, pertencente ao Grupo LeYa Portugal. O autor trabalha atualmente com material inédito em obra sobre D. Leopoldina, primeira imperatriz brasileira, previsto para ser lançado em 2017 em comemoração aos 200 anos de sua chegada ao Brasil.
SERVIÇO:
Palestra: “D Pedro. Um homem entre dois mundos”
Data: 19/04/2016 (Terça-Feira) – Horário: 19h00
Local: Consulado Geral de Portugal em São Paulo – Sala Fernando Pessoa
Endereço: Rua Canadá, 324 – Jardim América – São Paulo/SP
Entrada Gratuita
Fonte: Mundo Lusiada