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Médicos prescrevem livros para pacientes
No Reino Unido, a prescrição de livros em vez de remédios para tratar a depressão tornar-se cada vez mais comum. Além do baixo custo, o método, já conhecido como “Biblioterapia”, não gera efeitos colaterais.
Por Liliana Pinho
Há uma nova terapia para depressão no Reino Unido e, a melhor parte, é que além do baixo custo ela também não apresenta efeitos colaterais. É chamada de “Biblioterapia” e faz jus ao nome: em vez de remédios, são prescritos livros. Isso mesmo: livros. É que de acordo com alguns especialistas, para além de fomentar a empatia, a leitura pode ajudar os pacientes a superar as suas fragilidades emocionais.
A “Biblioterapia”, como já é conhecida esta forma de tratamento, foi desenvolvida com base numa pesquisa desenvolvida pelo psiquiatra Neil Frude, em 2003, que concluía precisamente que os livros tinham potencial para substituir os antidepressivos. É que ao acompanhar o percurso dos seus pacientes, Frude rapidamente percebeu que estes compensavam a frustração da espera pelos primeiros efeitos dos remédios – que podia durar anos – com a leitura, como forma de entretenimento.
O método, chamado de “Books on Prescription” começou a ser utilizado oficialmente pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) e foi divulgado por Leah Price, pesquisadora e professora da Universidade de Harvard, no jornal The Boston Globe. “Se o psicólogo ou psiquiatra diagnostica o paciente com depressão leve ou moderada, uma das opções é passar-lhe uma receita com um dos livros aconselhados“, explica a pesquisadora.
E sendo uma prescrição – e não apenas uma recomendação – o paciente deve seguir as indicações do médico rigorosamente, depois de trocar a receita na biblioteca. Até porque não existem efeitos colaterais: “Ao contrário dos remédios, ler um livro não acarreta efeitos colaterais como o ganho de peso, a diminuição do desejo sexual ou as náuseas”, enfatiza Price.
100 mil requisições nos primeiros três meses
Os livros são “selecionados com base no conteúdo e no âmbito de programas de leitura desenhados para facilitar a recuperação de pacientes que sofram de doenças mentais ou distúrbios emocionais” e esta “parece ser uma solução vantajosa e de baixo custo”, já que os livros acabam por sair mais baratos do que os remédios, ou até a custo zero, no caso das requisições.
“Ler melhora a saúde mental e é difícil pensar na existência de malefícios quando se fala de um programa como este”, defende a pesquisadora. Por isso mesmo, tem cativado cada vez mais adeptos. Ainda que não existem números oficiais sobre a sua verdadeira eficácia, mas a pesquisadora adianta que, só nos primeiros três meses do programa, foram feitas mais de 100 mil requisições dos livros de autoajuda recomendados.
Esta, porém, não é a primeira vez que o Serviço Nacional de Saúde britânico aposta neste tipo de programas, numa forma de reconhecimento da importância dos livros. Uma outra iniciativa, denominada “The Reader Organisation“, por exemplo, reúne pessoas desempregadas, reclusos, idosos ou apenas solitários para que, todos juntos, leiam poemas e livros de ficção em voz alta.
Fonte: JPN
Leitura tem a capacidade de modificar o cérebro
Aumento de conexões em algumas áreas cerebrais faz com que o leitor se sinta na pele do personagem, revela estudo.
Para leitores, o fato de que histórias podem mudar uma pessoa não é nenhuma novidade. Porém, um novo estudo indica que a leitura de um romance pode provocar mudanças reais no cérebro, que persistem por alguns dias mesmo depois que o livro acaba. Os resultados foram publicados na edição de dezembro do periódico Brain Connectivity.
Enquanto outras pesquisas nessa área começaram a utilizar a ressonância magnética para identificar as redes cerebrais associadas à leitura, principalmente enquanto as pessoas leem, o estudo de Berns e sua equipe teve como foco os efeitos naturais que permanecem no cérebro após essa atividade.
“Histórias ajudam a dar forma às nossas vidas, e às vezes ajudam a definir uma pessoa. Nós queremos entender como elas entram no nosso cérebro, e o que são capazes de fazer com ele”, conta Gregory Berns, neurocientista da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, e principal autor do artigo.
Participaram do estudo 21 estudantes de graduação da Universidade de Emory, que se submeteram à ressonância magnética por 19 manhãs consecutivas. Os primeiros cinco dias serviram apenas para registrar a atividade normal dessas pessoas durante o repouso.
Depois, durante nove dias, eles leram o romance Pompeia, escrito por Robert Harris. A história se baseia em um evento real, a erupção do Monte Vesúvio na Itália, e acompanha um protagonista que, de fora da cidade de Pompéia, percebe a fumaça ao redor do vulcão e tenta voltar para salvar sua amada.
Os participantes deveriam ler uma parte do livro à noite, e passar pela ressonância magnética na manhã seguinte. Terminado o período de leitura, os eles foram ao laboratório por mais cinco dias, para que os pesquisadores avaliassem se os efeitos da história permaneceriam.
Nas manhãs seguintes à leitura, os resultados mostraram um aumento na conectividade de uma região do cérebro associada à recepção da linguagem. “Apesar de os participantes não estarem lendo enquanto eram avaliados, eles retiveram esse aumento de conectividade”, explica Berns. Um aumento de conexões também foi identificado no sulco central do cérebro, região ligada à função motora. Os neurônios dessa região estão relacionados à criação de representações de uma sensação do corpo – o simples pensar em correr, por exemplo, pode ativar os neurônios associados ao ato físico de correr.
Para os pesquisadores, essas mudanças cerebrais provocadas pela leitura, que têm a ver com a movimentação e sensações físicas, sugerem que um romance pode, de certa forma, transportar o leitor para o corpo do protagonista. “Nós já sabíamos que boas histórias podem te colocar no lugar de outra pessoa, em um sentido figurado. Agora estamos percebendo que algo assim também ocorre biologicamente”, explica Berns.
Os pesquisadores ainda não sabem dizer até onde essas mudanças podem ir, mas elas persistiram pelo menos durante os primeiros cinco dias após a leitura, analisados neste estudo. “O fato de que detectamos esses efeitos alguns dias depois da leitura de um romance escolhido aleatoriamente por nós sugere que os romances favoritos de uma pessoa podem desencadear efeitos mais intensos e duradouros”, afirma o pesquisador.
Fonte: Portal O Debate
* Imagem de Joel Robison
07/01 – Dia do Leitor
A Arte de Ler
Por Mário Quintana
O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria.