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Entrevista com Elle Casey, autora da série “A Guerra dos FAE”
Quando começou a escrever livros?
Decidi escrever livros em novembro de 2011. Sempre quis escrever, mas antes sem a possibilidade de auto-publicação em e-books, nunca pensei em tentar e passar pelo processo de encontrar um agente e uma editora. Para mim, era como ganhar na loteria e eu sei que minha sorte não é tão grande assim. Também sabia que não aceitaria bem ser rejeitada. Mas quando descobri que eu podia publicar sozinha as minhas estórias e passá-las direto para os leitores, terminei de escrever o romance que tentava escrever fazia dez anos em dois meses e publiquei em 1º de janeiro de 2012. Vendi os primeiros exemplares no mesmo mês e isso me deu tanta inspiração que escrevi um livro por mês depois disso. Escrevo porque adoro dar voz aos personagens e aos mundos que povoam minha mente. Minha cabeça é um lugar cheio. Eu também adoro interagir com meus leitores. Leio os comentários que deixam em meu site, Facebook ou Twitter e isso me dá a inspiração para me levantar cedo a cada dia e escrever mais.
Qual foi sua inspiração para criar A Guerra dos Fae?
Minha inspiração para a série A Guerra dos Fae veio da minha época de adolescente, das dificuldades, dos sonhos que tive e dos tipos de livros que eu sempre adorava ler. A heroína Jayne e seu amigo Tony são réplicas do que eu era e de um amigo meu do colégio (e seu nome era Tony também). Leio livros de fantasia desde que era pequena. Os primeiros que li foram O Hobbit e O Senhor dos Anéis. Depois li muitos livros da Margaret Weis e Tracy Hickman (Dragonlance), Robert Jordan Charlaine Harris, Patricia Briggs, Laurell K. Hamilton e muitos outros. Desde então fiquei apaixonada com o sobrenatural e as criaturas que habitam os mundos de fantasia.
A série é muitas vezes comparada a Jogos Vorazes. Quais são as semelhanças? O que os diferencia?
As semelhanças são as de jovens que são forçados a sobreviver na floresta e usam armas para conseguir isso. Em ambas as séries há uma personagem feminina forte, uma heroína que tem problemas em se encaixar no mundo antes de descobrir seu papel como líder dos “Jogos”. Existe, na verdade, mais diferença do que semelhança. A Guerra dos Fae é uma fantasia com criaturas sobrenaturais e a do Jogos Vorazes é uma distopia com alguns animais modificados geneticamente, mas sem conter criaturas sobrenaturais. Em Jogos Vorazes as crianças lutam entre elas até a morte. Na série A Guerra dos Fae acontece uma competição que é mais como uma corrida para chegar ao final e ninguém precisa matar ninguém – todo mundo pode sobreviver e ganhar. Nenhum dos participantes é colocado um contra o outro. Em A Guerra dos Fae existe um mundo paralelo ao mundo real, com os humanos completamente ignorantes do mundo dos Fae. Nos Jogos Vorazes todos os personagens fazem parte do mesmo mundo. A Guerra dos Fae acontece no presente. Os Jogos Vorazes no futuro. O enredo para a minha série estava na minha cabeça muito antes de eu ler Jogos Vorazes. As semelhanças são simplesmente coincidência. Mas não me importo de ser comparada a Jogos Vorazes. Para mim é um enorme elogio. Adorei ler os livros.
Sua heroína, Janey Blackthorn, foi baseada em uma pessoa real?
A personalidade de Jayne Sparks Blackthorn é baseada na minha própria quando eu era adolescente, com a diferença que Jayne não tem freios na língua como eu tinha.
Por que você acha que o mercado YA (jovens adultos) está desfrutando de um enorme aumento, apesar de tanta tecnologia, gadgets e redes sociais que parecem não oferecer espaço para os jovens ler?
Ler faz parte do nosso futuro, mesmo em meio a tanta tecnologia. Agora a leitura é feita mais em e-readers, tablets e até mesmo em smartphones, em vez de papel. Adolescentes, no entanto, jamais abandonarão o prazer de se perderem em um mundo de sonhos que oferece fantasia e aventura tão diferentes da vida cotidiana. Isso se torna ainda mais evidente em adolescentes com o mundo se tornando cada vez mais eletrônico e muito menos a ver com interação pessoal. A vida se torna mais desconectada e ficamos estressados com a falta de toque humano e necessitamos de uma fuga. Livros como A Guerra dos Fae oferece uma fuga não apenas para um mundo que poderia ser real, mas também nos permite seguir os passos de uma personagem de caráter forte que é incompreendida, mas que acaba tendo respeito e amor no final. Muitos adolescentes lidam com este problema pessoalmente, o de serem incompreendidos e não valorizados; portanto é gratificante para eles ver uma personagem que partilha alguns de suas dificuldades e que dá uma surra monumental em adversários que são seriamente vilões.
Quais são suas expectativas com os leitores brasileiros. Já esteve no Brasil?
Espero que meus leitores brasileiros fiquem imersos na série, no mundo que eu criei, ligando-se aos personagens e torcendo por eles. Espero que eles façam o que meus outros leitores fizeram, que foi compartilhar o amor que sentiram pelos livros com seus amigos e familiares, tanto pessoalmente como online. Este é o privilégio de se ter jovens como leitores — eles são perfeitos em promover autores que gostam. Sonho que um dia meus livros virem filme. Isto pode acontecer se o Brasil amar os meus livros o suficiente para falar sobre eles com muita gente. Eu nunca estive no Brasil, mas meu marido e eu falamos sobre o Brasil há anos. Adoraríamos visitar o Brasil um dia. Não apenas pelo que aprendemos sobre o país, a cultura e o povo brasileiro, mas pela língua também que é tão bonita. Adoro ouvir quando alguém fala português.
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Mais sobre “A guerra dos Fae” aqui.
Leia com exclusividade o 1º capítulo: primeiro_capitulo_Fae
Diário da Manhã entrevista Palmério Dória
Fonte: Diário da Manhã – 1 – Politica