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Geração entra na era dos livros digitais
A Geração Editorial é uma editora polêmica e antenada aos principais assuntos da atualidade e não poderia deixar de lado a nova maneira de ler. Os livros digitais são uma realidade do mercado editorial e desde 10 de junho em parceria com a Livraria Saraiva, a Geração disponibiliza os primeiros 17 títulos no formato e-book.
Entre as obras estão os melhores – como não poderia deixar de ser também os polêmicos – escritores brasileiros; como Roberto Drummond, Carlos Herculano, Hosmany Ramos, Luiz Fernando Emediato e Paulo Setubal, entre outros.
Para mostrar que a Geração acredita neste novo público, o best seller Honoráveis Bandidos, um retrato do Brasil na era Sarney, do jornalista investigativo e escritor Palmério Dória está disponível. A obra está há mais de 30 semanas entre os mais vendidos no país.
Também constam na lista os títulos do escritor mineiro Roberto Drummond, Inês é Morta e Hilda Furacão, além dos sucessos de A. J. Barros, como as obras O Conceito Zero e O Enigma de Compostela.
E-BOOKS GRATUITOS
Como uma das editoras mais inovadoras do mercado desde 2008 a Geração disponibilizou para os leitores obras que estão esgotadas nas livrarias sem qualquer custo. Os interessados precisam fazer apenas um cadastro simples e baixar o título no seu perfil. Entre em http://geracaobooks.locaweb.com.br/e_books/index.php e faça o seu cadastro, não pedimos RG, CPF ou endereço residencial, tudo prático e rápido.
Para adquirir os novos livros, acesse http://www.livrariasaraiva.com.br/livros-digitais
Títulos disponíveis em versão digital:
A Marquesa de Santos, Paulo Setubal
As Maluquices do Imperador, Paulo Setubal
Chão de Vento, Flora Figueiredo
Delitos Obsessivos, Hosmany Ramos
Dia de São Nunca à Tarde, Roberto Drummond
Faca na Garganta, Hermes Leal
Honoráveis Bandidos, Palmério Dória
Inês é Morta, Roberto Drummond
O Conceito Zero, A.J. Barros
O Enigma de Compostela, A.J.Barros
O Vestido, Carlos Herculano
Paisagem com Neblina e Buldôzeres ao Fundo, Eustáquio Gomes
Pavilhão 9, Hosmany Ramos
Tempo Seco, Clara Arreguy
Teresa, que Esperava as Uvas, Monique Revillion
Verdes Anos, Luiz Fernando Emediato
Twitter: http://twitter.com/geracaobooks
Quem somos: uma editora de verdade
A Geração Editorial nasceu em agosto de 1992, na Bienal do Livro de São Paulo, quando lançou três livros que definiriam sua linha editorial: o instant book “A República na Lama“, do prestigiado e polêmico jornalista José Nêumanne, sobre a queda do presidente Collor; “A Volta do Fradim“, álbum de quadrinhos de Henfil; e “A Grande Ilusão“, crônicas do cotidiano e políticas do próprio publisher, Luiz Fernando Emediato. O livro seguinte – o quarto lançamento – já projetaria a pequena editora na capa da revista Veja e no primeiro lugar das listas de mais vendidos: o explosivo “Mil Dias de Solidão“, do ex-porta vez de Collor, Cláudio Humberto, considerado pela revista como “o livro bomba do ano”.
Emediato, 41 anos na época (hoje tem 59), tinha abandonado uma vitoriosa e meteórica carreira jornalística – de repórter a diretor de redação e laureado com o Prêmio Esso de Jornalismo, em 17 anos de carreira – para dedicar-se a duas empresas de sua família. Infeliz com a carreira de executivo, passou a gestão dos negócios para os irmãos e abriu a editora. Paralelamente, dedicou-se à consultoria política e à participação, como voluntário, em conselhos governamentais, privados e para-estatais. Foi presidente do Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT, principal fonte de recursos do BNDES (patrimônio de R$ 165 bilhões), conselheiro da Finep e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, o “conselhão” da Presidência da República. Além de consultor do senador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
A Geração expandiu seu catálogo a partir do ano 2000 e passou a publicar livros de interesse geral. Da literatura (brasileira e estrangeira) à economia, da História à Ciência e Filosofia. Com um catálogo eclético e democrático, a Geração passou a publicar biografias de filósofos como Heidegger e Nietzsche (de Rudiger Safranski), de cientistas como Darwin, poesia do beatle Paul McCartney, os romances de Roberto Drummond, como o aclamado “Hilda Furacão“, e denúncias explosivas, como “Memórias das Trevas“, que derrubou do Senado o então poderoso Antônio Carlos Magalhães, “Memorial do Escândalo“, sobre o mensalão, “Honoráveis Bandidos”, sobre a dinastia dos Sarney no Maranhão e outros. Além de séries populares, como os três volumes de “As Memórias de Cleópatra“, de Margaret George, autora também de “Maria Madalena” e “Helena de Troia”.
Em 2008, com mais de 300 títulos no catálogo, a Geração Editorial associou-se a uma das maiores editoras do país, a Ediouro, numa experiência enriquecedora que durou pouco mais de um ano, mas infelizmente não foi bem aceita pelo mercado. Acostumados com a agressividade da pequena e ágil editora, os livreiros reclamaram da fusão, o que levou o controlador da Geração, Luiz Fernando Emediato, a desfazer a parceria e entregar a gestão do negócio à sua jovem filha, Fernanda Emediato, que trabalha na editora desde os 14 anos de idade (tem 28).
Em 2008 e 2009, a Geração associou-se também ao empresário israelense, naturalizado brasileiro Nissim Yeheskel, dono da Editora Leitura, de Belo Horizonte, e transferiu sua sede para Belo Horizonte. Isso possibilitou à Geração crescer, principalmente com vendas para o MEC e governos estaduais, mas, mais uma vez, o mercado não aceitou a parceria: a Geração Editorial parece condenada a agir sozinha. Toda vez que se associa a outro grupo, perde a agilidade. Como brinca o controlador da editora: “Somos uma espécie de Davi. Toda vez que nos associamos com um Golias, perdemos agilidade e força”.
Em 2010, de volta a São Paulo, e administrada por Fernanda Emediato, que é também a produtora editorial, a Geração tomou novo impulso, com logística própria e com catálogo cada vez mais diversificado. E com um filhote: da parceria com a Leitura resultou a compra de outra editora, a Jardim dos Livros, que passou a ser coligada da Geração e dedica-se à publicação de obras na área de negócios, estratégia, auto-ajuda (que o editor chama de “alta” ajuda, por sua qualidade) e literatura popular. No catálogo existem desde obras como o clássico da estratégia “A Arte da Guerra” (agora traduzido diretamente do chinês por um sinólogo da USP) até os romances populares de Rachel Gibson. “A Arte da Guerra” da Jardim dos Livros é a versão mais vendida no país, já com meio milhão de exemplares impressos.
A editora mantém seu slogan atrevido – “uma editora de verdade” – e segue tendo Luiz Fernando Emediato como o publisher e a alma da editora.
Debate na Folha evidencia falta de consenso no Oriente Médio
O primeiro debate promovido pela Folha em 2011, sobre os conflitos entre palestinos e israelenses, funcionou como espelho dos problemas da região: defensores de um lado e do outro não concordaram em praticamente nenhum dos pontos abordados.
Participaram a professora de história árabe Arlene Clemesha, a pesquisadora Bernadette Siqueira Abrão, o colunista da Folha João Pereira Coutinho e o cientista político Jorge Zaverucha. A discussão foi mediada por Rodrigo Russo, coordenador de Artigos e Eventos do jornal.
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Arlene Clemesha, Bernadette Siqueira Abrão, Rodrigo Russo, João Pereira Coutinho e Jorge Zaverucha |
INFLUÊNCIA ISLÂMICA
Em um dos primeiros pontos de atrito entre os debatedores, logo no início, Zaverucha, autor do livro “Armadilha em Gaza”, caracterizou o conflito no Oriente Médio como árabe-islâmico-israelense e afirmou que a ênfase maior na questão religiosa é um fator relativamente novo.
“O programa do Hamas [grupo que controla a faixa de Gaza] é um programa do islã: bandeira de Alá sobre cada centímetro da Palestina. Qualquer tentativa de acordo com Israel deve ser denunciada. É um jogo de soma zero: eu ou você”, disse.
Clemesha, que dirige o Centro de Estudos Árabes da USP, contestou a avaliação: “Estamos falando besteira sobre o perigo islâmico. Não há choque de civilizações. O fundamentalismo é um dado da questão, mas ele não é só islâmico, é também judaico”.
Para a professora, as atuais rebeliões no norte da África e no Oriente Médio não têm caráter religioso, e grupos como o Hamas estão dispostos a negociar. “Quando partidos como Hamas e Hizbollah tomam posição contra Israel, os motivos são políticos, não só religiosos.”
IRÃ E HAMAS
Outra discordância se evidenciou logo à primeira menção do Irã e das declarações polêmicas de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad.
Para Coutinho, não existe apenas um conflito na área, mas vários, que se anulam uns aos outros: Israel contra Autoridade Nacional Palestina, Hamas contra ANP e israelenses contra iranianos.
“O mais intratável hoje é Israel x Irã. Ahmadinejad já afirmou o desejo de riscar Israel do mapa. É proclamação genocida e deve ser tomada a sério, não ser subestimada.”
Segundo o colunista, o grande problema da região hoje é a emergência de um Irã nuclear, “regime abertamente teocrático”, e seu patrocínio ao Hamas. “A carta fundamental do Hamas exorta a destruir Israel. Nunca mostraram abertura para negociar, só para uma trégua.”
Bernadette Abrão respondeu afirmando que a carta do Hamas foi escrita por uma pessoa só, sem discussão, durante a primeira intifada (levante palestino) e hoje não é aceita pelos próprios integrantes da organização.
“Hizbollah e Hamas não teriam surgido se não fosse o sionismo, inimigo que destrói e faz limpeza étnica no povo palestino”, disse a pesquisadora, autora de livro sobre a história da filosofia.
Clemesha, por sua vez, disse que Ahmadinejad “não falou em destruir Israel com uma bomba, e sim que o regime deve deixar de existir”.
UM OU DOIS ESTADOS?
A discussão de possíveis soluções para a crise no Oriente Médio também polarizou os participantes do debate no auditório da Folha.
Bernadette Abrão defendeu a existência de um único Estado para palestinos, judeus e cristãos e o “fim da entidade sionista” –o que, segundo ela, não deve ser confundido com fim dos judeus.
Coutinho avalia que o entendimento da comunidade internacional é favorável à existência de dois Estados, um israelense e outro palestino, e a história mostra que, em casos como Líbano e Iugoslávia, Estados binacionais (ou plurinacionais) resultaram em “desastre”.
Zaverucha e Coutinho também apontaram a dificuldade de negociar com a “dupla liderança” dos palestinos, já que Hamas e Fatah (partido que comanda a ANP) estão em conflito.
Clemesha alegou que a divisão é fruto do boicote internacional a uma “eleição limpa”, vencida pelo Hamas na faixa de Gaza, e que o corte no repasse de verbas fez a economia palestina ruir.
A plateia, de cerca de cem pessoas que lotavam o auditório da Folha, manifestou-se ruidosamente durante o debate, aplaudindo declarações de um lado e de outro, apesar de Jorge Zaverucha ter advertido para o que classificou de “clima de Fla-Flu”.
As maiores reações seguiram-se a falas de Abrão, que afirmou haver um “lobby sionista” dominando a mídia e a indústria do entretenimento e disse que os judeus não detêm a “exclusividade da tragédia” do Holocausto.
A pesquisadora negou ligação entre antissionismo e antissemitismo. “Árabes são semitas. Não sou antissemita, sou antissionista até a morte.” Para Coutinho, “quando há atentado, morrem judeus, não sionistas”.
Fonte: Folha de S.Paulo – 04/02/2011
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/870564-debate-na-folha-evidencia-falta-de-consenso-no-oriente-medio.shtml
Mais informações sobre o livro: http://www.geracaobooks.com.br/loja/product_details.php?id=393