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Biografia da Gloria Pires?
Interessante, legal, bacana, gostei! Histórias e curiosidades de uma das atrizes
mais renomadas da TV brasileira
Gloria Pires é uma das artistas mais comentadas da atualidade. Pudera. Sua participação, na Globo, como comentarista do Oscar foi tão histórica quanto a cerimônia que premiou o Leonardo DiCaprio. Além de saber que a atriz não assistiu a maioria dos filmes que concorreram ao Oscar, foi possível notar que a sinceridade é uma das suas características mais evidentes: #nãosoucapazdeopinar. Imagine, então, o que ela comentaria em sua própria biografia. Ficou curioso, né? Convites da Playboy recusados, influência em uma eleição na Russia e a interpretação da mãe do Lula no cinema são apenas algumas das histórias encontradas no livro “40 Anos de Gloria”.
Em biografia autorizada de Gloria Pires, os autores Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti contam a trajetória da atriz que começou a atuar diante das câmeras aos quatro anos de idade, em 1969.
Na obra, há detalhes da sua personalidade de atriz, mãe, esposa, celebridade, cantora e amiga: “ela é uma atriz inteira, quente, aglutinadora. Ela sempre se põe no jogo da comunicação humana e se entrega de uma forma simples e delicada”, conta Fernanda Montenegro.
O livro está em ordem cronológica, dividido em 25 capítulos, agrupando histórias sobre a gravidez de risco da mãe da atriz; o início precoce da carreira; a rejeição inicial de um poderoso diretor da TV Globo, o trabalho com o ator e pai Antonio Carlos Pires; as primeiras participações em programas humorísticos; as estreias nos papéis de repercussão, como Marisa em “Dancin Days” e Zuca em “Cabloca”; a convivência com os amigos mais velhos, como Lauro Corona e Daniel Filho; os nascimentos dos seus quatro filhos e sua trajetória no cinema, “cada personagem é um desafio, e o cinema sempre exerceu enorme atração sobre mim, mas não fico assistindo meus filmes, normalmente”.
O livro traz também curiosidades como o convite, feito pela revista Playboy, para Gloria Pires posar nua, “isso não tem nada a ver comigo”, conta Glória.
“40 anos de Gloria” contém uma centena de fotografias históricas e capa com foto de Marcelo Faustini, com design de Giovanni Bianco, que cuida dos cartazes e programação visual dos discos e shows da cantora Madonna. Bianco fez questão de fazer a capa, como um presente para sua amiga Gloria Pires.
e-Book: estamos apenas começando
O acúmulo de dados dos consumidores e as novas formas de leitura constituem pequenos indícios de que ainda estamos na idade da “tela polida” dos e-books, e que muito, muito mais vem por aí.
Consultando o site da legendária fabricante de veículos Mercedes Benz, na parte da história da corporação, constata-se a distância milenar entre os conceitos dos carros inventados por Gottlieb Daimler e Carl Benz em 1908 e os atuais; são anos luz de mudanças, em pouco mais de um século, embora sejam, ainda, essencialmente carros sobre rodas movidos a petróleo (ou, mais recentemente, a eletricidade).
Pode-se usar essa evolução para fazer um paralelo com o estágio de desenvolvimento atual dos e-books, já que, na próxima conferência da International Publishers Association, a se realizar em Londres, no início de abril, haverá, dentre outras palestras (direitos autorais, liberdade de expressão e novos leitores), uma de Arnaud Nourry presidente da poderosíssima e tradicional editora francesa Hachette, intitulada Digital revolution in book publishing: the best is yet to come.
A expectativa de um futuro próximo ainda melhor vem se concretizando e acaba de surgir etapa de forte simbolismo na área do livro eletrônico. Esse passo significativo na “nova” tecnologia de leitura surgiu recentemente com a parceria entre a sociedade Editions at Play, o Google Creative Lab Sydney e a editora focada em design, Visual Editions. O projeto desenvolvido pelas três consiste num livro oposto ao procedimento recente de “livro físico convertido em digital”, mas sim o de “livro que não pode ser impresso”.
Segundo a explicação das sociedades, o livro começa com a escolha de um dentre vários “lugares desconhecidos” mencionados no índice, que conduzem o “leitor” a um endereço, representado por imagens do Google Street View, que aparecem na tela e mostram determinado ponto desse endereço, como uma marca na porta de uma loja. Nesse lugar começa a história, que se desenvolve e pode levar o leitor a outros lugares, mesclando-se narrativa e interatividade.
No processo de elaboração do livro as sociedades têm estipulado variáveis, de modo que a mesma obra pode ter vários desfechos, dependendo de escolhas possíveis ao longo do seu enredo, feitas por cada leitor, conforme pequena amostra disponível no site. Ainda mais explicativa e instigante é a descrição contida no site do Google Labs, da Austrália, que evidencia o sagaz desejo de cativar novos leitores, acostumados ao ritmo frenético contemporâneo.
Esse experimento representa novo passo, com intensa e explícita utilização de recursos tecnológicos, mas instigando a interação do leitor com o autor e a editora; de fato, o leitor é o personagem que cada vez mais está tendo destaque na cadeia produtiva do livro. Já tive a oportunidade de me referir a essa relação em que a editora também “lê” o leitor e não unicamente o sentido inverso, na coluna aqui publicada em 14/08/2013.
Agora as peças começam a se equilibrar, podendo cada leitor exercer algumas opções no desenrolar da trama, o que não impede que – é minha interpretação – cada escolha feita pelo usuário seja registrada pela editora/distribuidora, para armazenar, nos seus bancos de dados gigantes (os “big data”), mais e mais informações sobre seus consumidores, de modo a “atendê-los” mais diretamente, por meio de remessa de publicidade segmentada, “tailored made”.
O ponto de destaque me parece ser, ao invés da miniaturização dos aparelhos, ou da expansão dos recursos sensoriais externos, como sons, nitidez de imagens etc., o início da participação real do leitor na obra, já que, em última forma, ele interage com os autores e editoras, adquirindo papel criativo/participativo no processo de “leitura” do livro.
Esse conceito vem se desenvolvendo também em plateias de espetáculos, como, em alguns casos, experiências nas quais os expectadores de peças de teatro interagem com os atores, ou até escolhem o final de um filme por meio de votação eletrônica “on time”.
Como disse, Daimler-Benz, Júlio Verne e outros criaram ou previram, para surpresa do público da época, fatos inéditos e surpreendentes, mas que hoje fazem parte do cotidiano. O acúmulo de dados dos consumidores e as novas formas de leitura constituem pequenos indícios de que ainda estamos na idade da “tela polida” dos e-books, e que muito, muito mais vem por aí. Essa experiência é um pequeno passo na longa caminhada dos e-books, dos novos modos de leitura e da formação de novos leitores.
Emblemático ter esse pequeno artigo tantos hyperlinks!
Ps.: Em janeiro de desse ano, no frio de Nova York, não consegui teclar a tela do meu smartphone para obter uma informação, pois o toque da velha luva de couro não era “reconhecido” pela tela do aparelho. Foi aí que meu sobrinho Antonio Martins, de 13 anos, realizou a tarefa facilmente; as luvas de frio da garotada já vêm com as pontas dos dedos de borracha (“typing gloves”), para permitir o acionamento das telas dos smartphones…e funciona perfeitamente!
Fonte: Publishnews
O livro de papel resiste à avalanche digital
O armazém do gigante editorial Penguin Random House nos arredores de Barcelona despacha em média 1,5 milhão de livros de papel por mês. A Amazon, império das compras via Internet, mantém perto de Madri um estoque de 583.000 títulos de livros físicos, um número que não para de crescer. Com esses dados fica claro que o Farenheit 451 que anunciava a morte do papel como formato de leitura não aconteceu. Entretanto, tampouco se sustenta o contrário: que os e-books se tornaram irrelevantes e que os aparelhos de leitura digital também cairão no esquecimento, a exemplo do que aconteceu com os videocassetes.
O panorama descrito pelas cifras e pelos profissionais do setor é híbrido – um mundo onde convivem o formato clássico e o digital, com fenômenos importantes, ainda muito difíceis de captar pelas estatísticas, como a autoedição e os serviços de assinatura de e-books com tarifa fixa, e com um mercado digital imenso que inclui a América Latina e os Estados Unidos.
“Não dá a impressão de que o livro digital irá acabar com o papel, que tem um piso”, resume José Pascal Marco Martínez, diretor-geral do livro no Ministério de Educação, Cultura e Esportes da Espanha. “Mas o livro digital continua crescendo”, prossegue. “A realidade é que não falei com ninguém sobre e-books na Feira de Frankfurt”, diz, por sua vez, Paula Canal, da Anagrama, uma das editoras espanholas com mais leitores fiéis. “Tive centenas de conversas sobre como são bonitas as capas da X e as edições da Y. Os editores jovens, brilhantes e promissores fazem os livros mais lindos, e não se preocupam com os e-books.” Javier Celaya, consultor, responsável pelo blog Dosdoce e autor de vários estudos sobre o livro digital, diverge. “Estamos a meio caminho. Como setor eu me preocuparia com o não crescimento da demanda digital, que será uma forma de crescer. São potenciais leitores que estão escapando por outras vias, como os aplicativos para celulares, os conteúdos abertos de alta qualidade e a autoedição.”
Certamente, pela relação tão próxima que se estabelece com os livros, o debate entre digital e papel gera polêmicas inflamadas. O The New York Times publicou recentemente uma reportagem falando do “declínio” do livro digital, a qual foi respondida por outra matéria na revista Fortune que dizia mais ou menos o contrário. O fechamento da plataforma de livros por assinatura Oyster, em setembro, foi interpretado como outro sinal de decadência do que já foi considerado o futuro. Entretanto, tanto o Kindle Unlimited, da Amazon, como o 24Symbols – os outros dois Spotify dos livros – estão crescendo significativamente.
Embora faltem dados essenciais – a Amazon não revela o número de dispositivos Kindle vendidos nem o número de títulos autoeditados em sua plataforma, que não geram ISBN e, portanto, ficam fora das estatísticas – e seja difícil medir o impacto da pirataria, a pesquisa de Hábitos e Práticas Culturais da Espanha 2014-2015, publicada em setembro, revela que 59,9% dos espanhóis leem em papel, 17,7% em digital e 5,7% na Internet. Com relação à pesquisa anterior, de cinco anos atrás, o papel quase não variou (era 58,3%), mas quase triplicou a partir dos 6,5% que tinha na época.
Os dados do Ministério da Cultura espanhol revelam que, em 2014, a edição de livros em papel cresceu pela primeira vez em quatro anos, 3,7%, com 68.378 títulos, mas acumula uma queda de 29,5% nesse período. Neste ano, a edição de livros digitais caiu 1,9%, primeira vez que isso ocorre, passando a representar 22,3% do setor. Nos últimos quatro anos, o livro digital cresceu 13,9%, frente a uma queda de 14,1% no faturamento das livrarias no mesmo período. O faturamento com livros eletrônicos em 2014 representou 110 milhões de euros (458,8 milhões de reais, pelo câmbio atual), um aumento de 37,1% com relação ao ano anterior. A edição em outros suportes diferentes do papel já representa 10,8% do faturamento total na Espanha e em torno de 20% nos EUA.
Uma ampla pesquisa feita no setor editorial e divulgada na Feira de Frankfurt em 2008 antevia que em 2018 o livro digital superaria o livro físico. Ao comparar essa e outras previsões com os dados atuais, fica claro que o papel tem enorme capacidade de resistência, apesar da crise, mas também que o livro eletrônico cresce de forma constante. “Está funcionando menos do que esperávamos, mas estamos crescendo a um ritmo de dois dígitos, principalmente no mercado latino-americano e dos Estados Unidos”, diz Iría Álvarez, chefe de desenvolvimento digital e vendas digitais da Penguin Random House.
América Latina e EUA
Perguntado sobre uma possível desaceleração do livro eletrônico, Santos Palazzi, diretor de assuntos digitais da editorial Planeta, o outro gigante editorial espanhol, responde: “O e-book continua crescendo de forma sustentada. Observa-se certa desaceleração na Espanha, ao passo que as taxas de crescimento em novos modelos de negócios, como o empréstimo digital bibliotecário ou as plataformas por assinatura, superam 50%. Além disso, esperamos que em médio prazo as vendas na América Latina e EUA representem até 50% do faturamento total”.
Entretanto, as editorias pequenas continuam dependendo do papel, e algumas nem sequer editam livros eletrônicos. “O papel é a base do nosso negócio”, diz Luis Solano, da Libros del Asteroide, que edita todas as suas novidades nos dois formatos. A tranquilidade que a leitura em papel permite, a legibilidade desse suporte e a rede de livrarias protegidas pelo preço fixo são alguma das causas que ele cita para explicar a sobrevivência ao digital. Heloise Guerrier, da editorial de quadrinhos Astiberri, também argumenta que seus leitores continuam preferindo disparadamente o formato tradicional, embora a editora tenha recentemente lançado em seu site a venda de HQs digitais a preços muito inferiores ao papel. “Quem gosta de HQs e as lê não acho que compre digital. Mas, embora por enquanto seja algo marginal, não podemos ignorar”, diz Guerrier.
O VHS foi morto pelo DVD, e é possível que esse formato seja substituído por plataformas como Netflix, iTunes e Yomvi (resta ver se acabarão com a televisão tradicional). Mas o vídeo não matou o rádio, assim como o cinema e a televisão não acabaram com o teatro. Tudo indica que ainda haverá livros de papel por muito tempo. Entretanto, os livros digitais também têm um futuro seguro, um lugar nas novas bibliotecas do mundo.
Fonte: ElPaís