Literatura – Jovem guairense lança o primeiro livro: Ovelha
Ovelha é um livro fragmentado, que apesar de forte e polêmico, tem o objetivo de criar um debate humanizado sobre o assunto
Depois de fascinar leitores brasileiros com o site Literatortura, ele conquistou mais de meio milhão de curtidores no Facebook e se tornou parceiro de importantes agentes culturais nacionais. Agora, o jovem do oeste do Paraná, o guairense, Gustavo Magnani, ganha a confiança da Geração Editorial e lança o seu primeiro livro: Ovelha – memórias de um pastor gay. Um romance fragmentado que, apesar de forte e polêmico, tem o objetivo de criar um debate humanizado sobre o assunto.
Com apenas 20 anos, Gustavo Magnani vive a expectativa do lançamento, previsto para o início do segundo semestre de 2015 pela Geração Editorial. A tiragem inicial será de cinco mil exemplares. Segundo ele, Ovelha – memórias de um pastor gay não tem a intenção de ofender nenhum ser humano. “É um livro que aborda a vida de um pastor que, internado num hospital por conta de uma doença, acredita estar prestes a morrer e decide, então, contar sua verdadeira história através de memórias. O tema principal gira em torno de um homem que condena aquilo que ele próprio é”.
Diferente das primeiras histórias escritas por Gustavo Magnani, que ficaram em stand by e auxiliaram o crescimento técnico do escritor, o primeiro livro a ser lançado foi escrito em um intervalo de 40 dias. A ideia inicial era conceber um roteiro para uma série de televisão a pedido de uma agência, mas o personagem central – ovelha – tornou-se forte demais para apenas figurar em um projeto de série.
Para o escritor, o livro começou a nascer há sete anos. “Foi durante uma vivência intensa que eu tive dentro da Igreja Evangélica por um período de aproximadamente oito meses. Isso aconteceu mesmo sem que eu soubesse. Acredito que não poderia abordar esse assunto sem essa experiência com a religião, que, aliás, respeito profundamente”. Além da experiência pessoal com a igreja, Gustavo Magnani também realizou uma pesquisa sobre a homossexualidade e outros fatores que influenciam a história do livro.
Lançamento
A editora promoverá três eventos de lançamento, um em São Paulo e outro em Curitiba. O terceiro evento ainda não tem local definido, mas o jovem escritor já demonstra o desejo de que seja na região oeste do Paraná. “Eu sou bastante reconhecido pelo meu trabalho Brasil a fora, mas sinto que falta essa aproximação com a minha cidade natal e a região”, finalizou.
O escritor
Fascinado em criar e contar histórias desde criança, Gustavo Magnani, que começou a escrever livros aos 13 anos, lança sua primeira obra: “ovelha – memórias de um pastor gay” em agosto de 2015, pela Geração Editorial. O jovem escritor, de apenas 20 anos, também é o idealizador e administrador do site Literatortura – o maior site literário da América Latina e conta com outros trabalhos online, como: Diário Informal de um suposto escritor e o mais recente projeto – em parceria com a página Brasileiríssimos – BrasiLivros.
Prefácio do Livro
“Eu deslizei das mãos de Deus tantas vezes quanto pude”
Criado desde cedo num regime de terror religioso, ele foi predestinado a ser um grande profeta. Cresceu e virou pastor, homem de fé, guia espiritual para as ovelhinhas carentes do Paraíso.
Com a palavra dele, a verdade: “Nasci viado, amém!”
O pastor protagonista deste livro corrosivo e provocante viveu trinta
anos envolto numa bolha de fé, angústia, ódio e mansidão.
Preso a relações amorosas e sexuais doentias, com homens e mulheres, e sufocado por uma mãe paranóica, ele se fez um homem dividido, perturbado e incontrolável em seus desejos proibidos.
Condenador e condenado.
Mas uma desgraça aconteceu.
Ele foi ultrajado por um soco do destino – ou seria de Deus? Uma ironia de todo o seu mundo de farsa. Seu corpo está minado, contaminado pelo pecado. Toda sua história está ameaçada.
E eis que justamente neste momento, largado numa cama de hospital, ele pensa: “Uma história suja, mas tão humana… Por que não contá-la?”
Vem então uma explosão potente de verdades indizíveis ao ouvido moralista, despejadas sob a forma de um diário suicida.Endereçado à mãe odiada e amada; aos amantes; à esposa enganada; às vidas alheias destruídas…Um aceno aos próprios sonhos, e à morte. O insuportável em nível absoluto – e fascinante.
Profundo, por vezes pejorativo. Uma narrativa surpreendente, que lança uma luz fortíssima – e ácida, no submundo da religião.
Uma estreia impressionante, de um novíssimo e surpreendente autor brasileiro.
“Religião e homossexualidade já renderam muitas sátiras, mas essa é uma visão mais profunda e perturbadora do tema. Que um garoto tão novo escreva com tamanho lirismo e maestria é assombroso. Gustavo Magnani é um prodígio.” Santiago Nazarian, um dos mais relevantes autores do cenário atual.