Quem é quem na política?
O conceito “Direita e Esquerda” nasceu de um costume. Na Assembleia Nacional Constituinte Francesa, no tempo de Luís XVI, nos anos finais do século XVIII. Os representantes dos nobres e dos ricos costumavam se sentar na fi leira de cadeiras que fi cava à direita do rei. Eram os conservadores, aqueles que não queriam grandes alterações na ordem social e política que os beneficiava por meio de um sistema de privilégios aos nobres. Os representantes da pequena e média burguesia fi cavam à esquerda. Eram os que desejavam o fim dos privilégios e uma reforma política e social que acreditavam ser o melhor caminho para tirar a França da crise. Com o tempo, as pessoas começaram a se referir a eles como sendo da direita ou da esquerda, representando o grupo ideológico a que pertenciam. Essa terminologia ganhou o mundo, sendo adotada inicialmente pelos jornais, e depois pela mídia em geral. Desse modo, historicamente a expressão “direita política” passou a identificar o partido dos economicamente privilegiados e dos conservadores, enquanto a expressão “esquerda política” ficou como o partido dos menos privilegiados e defensores das políticas de inclusão social.
Como você viu, direita e esquerda agrupavam dois polos distintos e originariamente inconciliáveis de ideal de organização social.
DIREITA: Defende os ideais do capitalismo tais como a livre iniciativa, a meritocracia (cada um terá o fruto do próprio esforço), mínima interferência do Estado nas questões sociais e políticas, serviços públicos prestados por empresas privadas. Os ideais da direita são incompatíveis com a defesa de direitos trabalhistas e serviços públicos gratuitos (como saúde e educação), pois partem do princípio de que o governo deve interferir minimamente nas questões do país, permitindo que a sociedade se organize livremente por meio da oferta e da procura. A conquista individual como base forma classes sociais — alta, média ou baixa —, o que é visto nessa concepção como algo natural, pois as desigualdades sociais resultam da desigualdade dos esforços de cada um.
ESQUERDA: Defende maior participação do Estado nas questões sociais do país, cabendo ao governo a promoção da igualdade de oportunidades, políticas de proteção social e individuais, distribuição de renda e garantia de vida digna para todos os cidadãos. Essa linha de pensamento defende que serviços essenciais (saúde, educação, segurança…) sejam de responsabilidade do governo e geridos por estatais com o fim de atingir a todos igualmente. A esquerda se identifica com o conceito de que a segregação social produz a violência, que tem como raiz a desigualdade de oportunidades, e que os recursos naturais do
país não devem ser cedidos a particulares para obtenção de lucro individual ou de empresas, mas administrados com o fim de implementar a riqueza do país e do povo.
Essas duas linhas de pensamento resultaram nos sistemas econômicos que hoje são adotados em diversos países:
Fonte: Política, de Míriam Moraes