Resenha: Como viver eternamente
Recebemos recentemente uma resenha bem bacana do livro Como viver eternamente, escrita por Michael – colaborador de vendas Saraiva Mega Store São Caetano do Sul. Confira abaixo!
Este romance retrata os 4 últimos meses da vida de Sam, um garoto inglês de 11 anos apaixonado por dirigíveis, dado ao que ele chama de “perguntas que ninguém responde” tais como: “Porque precisamos morrer?”, “Porque Deus permite que as crianças adoeçam e morram?”, “Morrer dói?” entre outras questões naturais a qualquer ser humano destinado a morte. O personagem de Sally Nicholls se destaca por ser portador de uma doença terminal [leucemia], condição determinante no desenrolar e desfecho do romance, uma vez em que logo na primeira página o narrador [Sam], descreve de forma explicita em uma lista de 5 fatos a seu respeito: “5º. Quando você estiver lendo isso provavelmente já estarei morto.” o que nos leva a entender que ele não vencerá a batalha contra a doença.
A narrativa baseia-se em um livro escrito em forma de diário pelo próprio garoto que nele retrata seus últimos dias ao lado de sua família [composta por seu pai, sua mãe e Ella sua irmã mais nova], e amigos. Dentre seus amigos destaca-se Félix, o que na minha opinião é um personagem impar [identifiquei inclusive, Sam como sendo a nossa forma filosófica de questionar, a busca pelo entendimento a respeito das questões da vida e Felix como aquela “voz” que sempre põe à prova a conclusão à qual chegamos depois de muito investigar em busca de uma resposta que nos sacie os nossos questionamentos, a voz que faz com que não levemos tanto a sério as certezas e os “achismos” que agarramos diante da insegurança que a dúvida nos trás. Seu papel na vida de Sam é o de amigo bagunceiro, de espirito livre e despreocupado.
Despreocupado quanto a realidade triste que é ser um garoto portador de leucemia em fase terminal, despreocupado sobretudo quando se fala de futuro, de sobreviver pois Felix só quer viver o que um adolescente normal com poucos anos além de sua idade vive, e agora. Fumar, beber um pouco, namorar, ir ao show do green day [sua banda favorita]. Para Félix nada é impossível e apesar da cadeira de rodas [sobre a qual vive ao longo do romance] o garoto simpático [careca pelos efeitos da quimioterapia] 3 anos mais velho do que Sam torna-se seu ponto de referencia e coragem para a realização de alguns sonhos separados em uma lista onde: Bater um recorde mundial, ver um fantasma, subir a escada rolante que desce, e ser um cientista são metas as quais sem a ajuda de Felix Sam jamais conseguiria alcançar.
Mesmo após sua morte [momento retratado com muita emoção pela autora que, através da visão de Sam e sua irmã, consegue fazer-nos sentir um misto de raiva, tristeza, dor incompreensão e saudades dessa personagem], Felix permanece como o simbolo de coragem responsável por incentivar seu amigo Sam a completar sua lista de sonhos antes de também falecer [mesmo tomando os remédios prescritos no tortuoso tratamento da doença] deixando uma emocionante lista de despedida a seus entes queridos e ao leitor que involuntariamente torna-se um herdeiro do testamento deixado por ele na ultima página deste romance fictício em que a morte fica em segundo plano diante da força de vontade de um pequeno coração cheio de coragem e fé.
Evitei entrar em detalhes compreendendo que talvez não seja interessante comentá-los caso você leia o livro.
Posso adiantar que não é a toa que este livro foi premiado e considerado um best seller. Foi um dos melhores livros que jah ganhei, a muito tempo não paro pra ler um romance mas sinto que pra este valeu muito a pena dedicar algumas horas. =)