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Risadinha de Marçal Aquino
Sempre tive consciência de que o fato de ter nascido “na roça”, como se diz, foi decisivo para que eu me tornasse escritor. Nasci e passei a primeira infância em fazendas que meu pai administrou na região de Amparo, no interior paulista. Por falta de televisão, que só entrou na minha vida ali pelos doze anos (e não fez falta nenhuma, para falar a verdade), fui exposto aos causos e à mitologia rural. Uma espécie de literatura oral, que misturava o real e o lendário nas conversas de fim de noite. Relatos saborosos que combinavam o acontecido e o imaginado. Coisas que, mais tarde, me fizeram ficar com vontade de contar histórias em livros.
Como acontece na tradição oral, algumas dessas narrativas eram repetidas anos a fio, sempre acrescidas de novos detalhes e deliciosas distorções. Aperfeiçoava-se o causo. Já não importava a verossimilhança ou a veracidade, apenas o prazer de quem contava e de quem ouvia. Com isso, algumas versões fantasiosas adquiriam ares de fato real, confirmando aquela máxima do cineasta John Ford: “Quando a lenda é mais forte que a verdade, imprima-se a lenda”.
Verdade ou não, eram histórias sobretudo muito engraçadas. Como a de um aparentado nosso, trambiqueiro que só ele, que teve a idéia de pintar de preto um cavalo baio, na tentativa de transformar em garanhão um animal que todos conheciam como um legítimo pangaré, O plano era vendê-lo a uns ciganos que andavam pela região. Eu não me lembro direito dos detalhes, mas parece que choveu muito no dia da venda e a fraude derreteu-se diante dos olhos do vendedor malsucedido e das gargalhadas dos ciganos.
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A aventura do coronel Fawcett
Os mapas e relatos de Euclides da Cunha nos livros Contrastes e Confrontos (1907) e À Margem da História (1909) deram suporte àquele que é considerado um dos maiores exploradores que o mundo já viu: o coronel britânico Percy Fawcett. O aventureiro está para virar personagem de Hollywood, em um filme protagonizado por Brad Pitt. O longa, com direção de James Gray (realizador de Os Donos da Noite e Amantes), tem uma difícil missão: não se transformar em um Indiana Jones genérico. Isso porque o personagem interpretado por Harrison Ford nos anos 1980 é 150% baseado em Fawcett, que, em 1925, desapareceu na região do Xingu, no Mato Grosso.
Fawcett começou a ganhar fama mundial ao desbravar parte da Amazônia brasileira, até então uma região tão inexplorada quanto Plutão. Para adentrar a floresta, ele lançou mão dos escritos de Euclides. A incrível história do militar britânico rendeu tantos artigos e livros quanto lendas e mortes – oficialmente, mais de cem pessoas morreram em expedições para tentar encontrá-lo. Dinheiro, quem conseguiu fazer foi Steven Spielberg. Com a cinessérie Indiana Jones, o diretor achou o pote de ouro.
O filme sobre o verdadeiro Fawcett é uma adaptação do livro-reportagem Z – A Cidade Perdida, do jornalista americano David Grann, lançado no ano passado pela Companhia das Letras. Se o longa-metragem se basear apenas nas páginas da obra, nada impede que faça sucesso. Mas se o filme for como o livro, será nada revelador, nada envolvente, nada marcante.
A obra de Grann é absolutamente voltada para quem nunca leu a respeito de Fawcett – provavelmente o público americano. Não faz revelações, não traz novas teorias nem mostra uma faceta diferente do aventureiro mais ilustre do século passado.
Tal qual Fawcett fez em relação a Euclides, James Gray poderia basear-se em relatos de outro brasileiro para fazer seu trabalho. O livro O Verdadeiro Indiana Jones: O Enigma do Coronel Fawcett, de Hermes Leal, é muito mais rico, denso e, sobretudo, emocionante. Aliás, foi ao conhecer esse livro, lançado em 1996 (a última edição, pela Geração Editorial, é de 2007), que Grann começou a pensar em escrever o seu. Conseguiu, mas se o coronel estiver vivo, no auge de seus 143 anos, ficará bem mais entretido com os escritos de Hermes Leal.
Sebastião Nery lança “A Nuvem – O que ficou do que passou” na Assembleia do Paraná
O jornalista Sebastião Nery vai lançar na quarta-feira (10) o livro “A Nuvem – O que ficou do que passou” da Geração Editorial, na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná. O evento será realizado no Salão Nobre de Centro Legislativo Presidente Aníbal Khury às 13h30.
Essa é mais uma homenagem que Nery ganha desde o lançamento de “A Nuvem” no final de 2009. A obra é um misto de memórias e manifesto político-sentimental. Sebastião Nery, um dos maiores jornalistas brasileiros, conta a história impressionante de sua vida e a histórias das pessoas, escritores, artistas e políticos – principalmente políticos – com os quais conviveu: gigantes e, ocasionalmente, anões de nosso Brasil. Meio século de uma vida que se confunde com a nossa história contemporânea. Se erguermos os olhos para acompanhar a trajetória tão rica e fecunda da nuvem de Sebastião Nery, veremos que ela não é nem um pouco passageira: veio para ficar.
ENDEREÇO
Praça Nossa Senhora de Salete s/n, Curitiba
A partir das 13h30
Mais informações sobre o livro no site da Geração Editorial: www.geracaoeditorial.com.br