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Ex-presidente do Grupo Silvio Santos fala sobre sua saída da holding e critica Record
Ex-presidente do Grupo Silvio Santos fala sobre sua saída da holding e critica Record
Luiz Sebastião Sandoval abdicou do cargo após o escândalo gerado pela fraude que levou o banco Panamericano à falência. Ao Administradores, ele conta que não concordou com a solução adotada por Silvio para resolver a crise no grupo, fala dos erros do SBT na disputa pela audiência e critica a Record pelo que classificou como “concorrência desleal”
Presidente do Grupo Silvio Santos por 28 anos, ele entrou para a holding há mais de 40, quando ela ainda era apenas uma única empresa, bem menor que o império em que se transformou. Seu nome: Luiz Sebastião Sandoval, o homem que ajudou a fundar a famosa rede Baú da Felicidade, o SBT e mais uma série de companhias, das quais abdicou de presidir após a descoberta da ainda não muito bem esclarecida fraude que levou o banco Panamericano – uma das empresas do grupo – à falência.
Em fase de divulgação do seu livro “Aprendi Fazendo”, que revela os bastidores da sua história no Grupo Silvio Santos, Sandoval aceitou conversar com o Administradores.com.br. Mas, de cara, sua assessoria já deixou o recado: “o Dr. Sandoval pode falar sobre qualquer assunto, exceto o caso do Panamericano”.
Aceitamos a condição, seguimos em frente e o resultado foi uma grande entrevista em que ele falou sobre o início do grupo com o Baú da Felicidade, a criação do SBT, a quase candidatura de Silvio Santos à presidência da República, a concorrência da Record – que ele classificou como “desleal” – e ainda conseguimos algumas breves considerações sobre sua saída da holding. Confira abaixo:
Como surgiu a ideia de lançar o livro?
A história eu já tinha na cabeça e a intenção de lançar o livro já era antiga, apenas não tinha tempo. Quando sai do grupo, sentei e escrevi.
Qual o grande momento da sua carreira que você relata no livro?
Não há um grande momento. Ele conta minha trajetória de vida e a minha trajetória no Grupo Silvio Santos. Quando eu entrei no grupo, éramos apenas a empresa Baú da Felicidade. E lá fui trabalhando, na área jurídica. Mas como sou um homem de negócios, junto ao presidente da época, nós fomos criando empresas. Depois assumi a presidência do grupo – isso há 28 anos atrás – e continuei esse processo. Criamos uma rede de televisão, um banco e várias outras empresas.
Sua participação no grupo é anterior ao SBT. Você poderia falar um pouco sobre como foi a construção da emissora, que se tornou uma das principais do Brasil?
Tão logo houve a falência da Tupi, os canais ficaram disponíveis e o governo os colocou em licitação. E aí nós entramos na disputa e ganhamos, criando a rede – inicialmente – com quatro canais: São Paulo, Rio, Belém e Porto Alegre. Depois, com esses canais instalados, formamos a rede, com 108 emissoras afiliadas no país.
Num exercício de autocrítica, como o senhor avalia sua importância para o sucesso do Grupo Silvio Santos?
Como presidente, eu colocava em prática as decisões tomadas pelo Conselho de Administração da holding, que eram referendadas pelo sócio majoritário, o Silvio Santos.
Silvio Santos sempre foi visto como uma figura um tanto quanto egocêntrica. No trabalho de executivo, como foi dividir com ele a responsabilidade sobre a tomada de algumas decisões, estando no comando de um negócio dele?
O Silvio é um grande empresário, um homem de muita visão. Ele sempre foi de apoiar novas ideias, a criação de novas empresas, novos negócios.
Como foi, para o grupo, quando Silvio Santos resolveu se candidatar à presidência?
Eu fui contra a candidatura, porque ele seria cobrado como um homem capaz de levar a felicidade a todos – na época ele tinha o programa As Portas da Esperança – e nós sabemos que num país como o nosso não se faz as coisas assim tão fácil, em quatro ou cinco anos. Além do mais, ele teria dificuldades em lidar com o Congresso. O Silvio não é de transigir, de fazer acordos, não é de ceder. Então ele ficaria muito frustrado. Mas ele só não se candidatou porque o partido ao qual se filiou não estava legalizado, e a candidatura foi impugnada, naquela eleição em que Collor disparou e venceu. Mas ele era favorito e ia ganhar.
E se caso ele tivesse vencido?
A imagem dele teria ficado muito machucada perante o povo.
Você já conversou com Silvio Santos sobre o livro? O que ele achou?
Sim. Ele leu o livro e ligou para me cumprimentar. Elogiou o trabalho e disse que gostou muito. Eu fui sincero e coloquei de forma elegante toda a trajetória dele, do grupo, minha e dos demais companheiros, porque para construir aquele grupo houve o trabalho de uma equipe toda. Eu apenas tive a honra de coordenar essas equipes por um longo tempo. Mas, sem ele, nós não teríamos chegado aonde chegamos.
Nos últimos anos, o SBT tem perdido espaço para a principal concorrente na luta pelo 2º lugar, a Record. A que o senhor atribui isso e qual o impacto dessa queda para todo o grupo?
Primeiro, nós temos que entender que a Record foi beneficiada pelo dinheiro da Igreja Universal, e com esse dinheiro ela pôde montar a rede, comprar canais de televisão, conquistar afiliadas que eram do SBT, assim como artistas, diretores, produtores. Esse é o primeiro fato: passamos a ter um concorrente com muito dinheiro, que errou muito por muito tempo, mas acertou a mão para fazer televisão. Agora nós não reagimos na programação como deveríamos.
Então o senhor acredita que foi uma concorrência desleal?
Sim. Há uma ilegalidade nisso, porque toda e qualquer igreja tem uma imunidade fiscal prevista na Constituição. Mas o Código Tributário expõe que a arrecadação de uma igreja tem que ter um fim específico, ela pode construir templos, remunerar seus pastores, mas nada de atividade comercial.
O que o senhor vai fazer agora, que deixou a presidência do grupo?
Agora vou fazer o que eu quero, que é escrever. Também vou trabalhar na consultoria de projetos. Trabalho desde os oito anos de idade e não pretendo mais ser empregado. Enfim, é uma meia aposentadoria.
Como foi deixar o cargo que ocupou por tanto tempo?
Foi triste, pelas condições em que aconteceu. O Silvio desanimado face à fraude que aconteceu no Panamericano, me chamou e disse que pretendia acabar com as empresas, como está sendo feito. E eu não aceitei isso. Eu não saberia destruir aquilo que eu ajudei a construir.
Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/entrevistas/negocios-economia/ex-presidente-do-grupo-silvio-santos-fala-sobre-sua-saida-da-holding-e-critica-record/62/
Sonhos renovados
Sonhos renovados
Irlam Rocha Lima
Os 40 anos do Clube da Esquina são lembrados com uma série de lançamentos, de gibis a disco instrumental para crianças. Um museu também está nos planos de Márcio Borges, autor do livro de memórias que sai agora em edição de luxo e deve virar filme
“Nos anos setenta, um grupo de mineiros se afirmou no cenário da música popular brasileira com profundas consequências para sua história, tanto no âmbito doméstico quanto no internacional. Eles traziam o que só Minas pode trazer: os frutos de um paciente amadurecimento de impulsos culturais do povo brasileiro, o esboço (ainda que bem acabado) de uma síntese possível.” Dessa forma, Caetano Veloso abre o prefácio de Os sonhos não envelhecem — Histórias do Clube da Esquina, livro de memórias de Márcio Borges, um dos mais atuantes participantes do movimento, que neste ano completa quatro décadas.
Poeta, letrista, pesquisador, escritor e tido como porta-voz do Clube da Esquina, Márcio atua em diversas frentes. Um dos projetos a que ele tem se dedicado com afinco é a materialização do Museu do Clube da Esquina — limitado, por enquanto, ao ambiente virtual (www.museuclubedaesquina.org.br). Há projeto para a edificação da sede do memorial, atrás do Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, no local onde funciona atualmente o Serviço Voluntário de Assistência Social. A construção depende de um convênio com o Ministério da Cultura (leia texto abaixo).
Dia desses, o músico, arranjador e produtor Yuri Popoff disse em tom de brincadeira: “Você é f…! Criou a coisa, batizou a turma, escreveu o livro, ressuscitou o troço e agora ainda dá manutenção”. Modesto, Márcio vê a declaração como um exagero, classificando-a de “estímulo de amigo”. Mas não esconde que tem grande orgulho do que ele e seus companheiros fazem hoje.
Sentimento semelhante Márcio deve ter do livro-memória do clube, que teve mais 30 mil exemplares vendidos desde o lançamento, em 1996. Este ano, Os sonhos não envelhecem ganhou edição de luxo da Geração Editorial (viabilizada pela Lei Rouanet), com tiragem de 5 mil cópias (vendidas a R$ 29,90). Além do novo formato (23cm x 21cm), a edição traz fotos coloridas e, encartado, um CD com 10 canções, escolhidas entre as mais representativas do movimento.
Márcio, porém, não se considera “dono dessa história” e dedica o livro a Milton Nascimento, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, ao irmão Lô Borges e à mulher, Claudinha, “primeira leitora, maior incentivadora, meu amor para sempre”. Autor do posfácio da obra, Milton afirma: “Penso que o clube não pertencia a uma esquina, a uma turma, a uma cidade, mas sim a quem, no pedaço mais distante do mundo, ouvisse nossas vozes e se juntasse a nós”.
Outros produtos editoriais têm sido lançados com o intuito de manter viva a memória do Clube da Esquina. O mais recente é um álbum instrumental voltado para o público infantil, o 13º CD da coleção MPBaby. O responsável pelas novas versões e adaptações de Paisagem na janela, Cravo e canela, Trem azul, Clube da Esquina 2 e demais pérolas é o pianista, arranjador e compositor fluminense André Mehmari.
Quem curte histórias em quadrinhos pode apreciar Histórias do Clube da Esquina, um livro-gibi de Laudo Ferreira e Osmar Viñole. E o movimento será levado também para o cinema. “Tem uma turma aqui de Belo Horizonte, jovens superorganizados e profissionais, que aprovaram na lei de incentivo o projeto do filme deles, baseado em meu livro”, revela Márcio Borges. “Eles estão agora na fase de captação de recursos. Achei o projeto legal demais e estou a fim de dar uma força extra. Não no roteiro, mas na captação.”
Os sonhos não envelhecem— Histérias do clube da Esquina
Edição de luxo do livro de Márcio Borges, com caderno de fotos coloridas e CD com 10 músicas de Márcio Borges, Lô Borges, Milton Nascimento e Beto Guedes. Geração Editorial, 376 páginas. Preço: R$ 29,90 (os primeiros 5 mil exemplares; esgotada essa tiragem, o preço será R$ 49,90).
Histórias do clube da Esquina
De Laudo Ferreira e Omar Viñole. Livraria Devir, 48 páginas. R$ 19,50.
Três perguntas – Márcio Borges
Quarenta anos depois, que importância você atribui ao Clube da Esquina na história da música popular brasileira?
Foi uma contribuição bem forte. Nas inovações harmônicas e melódicas trazidas pelo Bituca, que músicos do mundo inteiro reconhecem e admiram, e também na jornada épica, ética e cinematográfica das nossas canções, especialmente as baladas do Lô (Borges) e do Beto (Guedes), que emolduraram o acervo afetivo do povo brasileiro.
Qual é o seu sentimento em relação ao sucesso do livro-memória do Clube da Esquina?
Dou graças a Deus por ter tido a paciência e o tempo de escrevê-lo. Até hoje, passados mais de 10 anos do lançamento, recebo mensagens, cartas e afetos por causa de Os sonhos não envelhecem. Tenho centenas de depoimentos de como ele mudou e motivou a vida de muitas pessoas.
A relação de amizade entre os participantes do movimento se mantém?
Com altos e baixos, períodos próximos e outros distantes, muita saudade e muito saco cheio, exatamente como em qualquer amizade antiga. No geral, ainda somos todos amigos. Uns mais, outros menos. Mas esse negócio de turminha que se encontra todo dia é coisa da juventude e de escola.
Fonte: Correio Braziliense
http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=23497&tp=25
Personalidades compareceram ao lançamento do livro da Força Sindical
Políticos, sindicalistas e trabalhadores compareceram ao lançamento do livro “Força Sindical – 20 anos de luta”, na noite de ontem, na Livraria da Vila, no Shopping Higienópolis,em São Paulo. Opresidente da Força Sindical,Paulo Pereirada Silva, Paulinho, e o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna, autografaram das 18h30 às 22h centenas de livros.
Entre os presentes, estiveram o governador Geraldo Alckmin; o prefeito Gilberto Kassab; o ex-governador José Serra; o presidente da Fiesp, Paulo Skaf; o deputado Major Olímpio; e os vereadores Jamil Murad (PC do B) e Claudio Prado (PDT).
Para o prefeito Gilberto Kassab, a Força Sindical cresceu, consolidou-se e, hoje, “representa um dos instrumentos na defesa dos direitos dos trabalhadores e contribui para a construção de um País mais justo”.
O governador Geraldo Alckmin ressaltou a importância da organização da sociedade civil para a construção de uma Nação mais justa. “Organizar os trabalhadores é fundamental e o livro retrata a história”, disse referindo-se a obra lançada ontem.
O ex-governador José Serra destacou o papel da Central dentro do movimento sindical: “faz a diferença”, observou. A central nasceu em 1991 com o propósito de criar mais liberdade e novos ideais para os trabalhadores brasileiros, além de uma visão pluripartidária, atitude inexistente há 20 anos.
O empresário Paulo Skaf considera que a central reforça a democracia. “Tudo que for feito pelo bem das pessoas é bom. Registrar em livro todas estas ações também é excelente para que a história não se perca”, declarou. As páginas do livro contam com dezenas de imagens que exibem a trajetória de crescimento da Força Sindical.