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 BLOG - Página 218 de 387 - Geração Editorial Geração Editorial



ADHEMAR
A fantástica história de um político populista desbocado, amado e odiado, inspirador do infame lema “rouba, mas faz”, que participou do golpe militar de 1964, foi posto de lado pelos generais e morreu exilado em Paris, depois de marcar sua época e história do Brasil.

DEUSES DO OLIMPO
Explore o universo mágico da Grécia Antiga e conheça as histórias dos personagens mais famosos da mitologia. Um livro para gente pequena e gente grande tambécm! ( + )

OS VENCEDORES
Quem ganhou, perdeu. Quem perdeu, ganhou. Cinquenta anos após o advento da ditadura de 1964, é assim que se resume a ópera daqueles anos de chumbo, sangue e lágrimas. Por ironia, os vitoriosos de ontem habitam os subúrbios da História, enquanto os derrotados de então são os vencedores de agora. ( + )

A VILA QUE DESCOBRIU O BRASIL
Um convite a conhecer mais de quatro séculos de história de Santana de Parnaíba, um município que tem muito mais a mostrar ao país. Dos personagens folclóricos, tapetes de Corpus Christi, das igrejas e mosteiros, da encenação ao ar livre da “Paixão de Cristo”. Permita que Ricardo Viveiros te conduza ao berço da nossa brasilidade. ( + )

O BRASIL PRIVATIZADO
Aloysio Biondi, um dos mais importantes jornalistas de economia que o país já teve, procurou e descobriu as muitas caixas-pretas das privatizações. E, para nosso espanto e horror, abriu uma a uma, escancarando o tamanho do esbulho que a nação sofreu. ( + )

CENTELHA
Em “Centelha”, continuação da série “Em busca de um novo mundo”, Seth vai precisar ter muita coragem não só para escapar da prisão, mas para investigar e descobrir quem é esse novo inimigo que deixa um rastro de sangue por onde passa. A saga nas estrelas continua, com muita ação de tirar o folego! ( + )

MALUCA POR VOCÊ
Famosa na cidade pelos excessos do passado, Lily terá de resistir ao charme de um policial saradão oito anos mais jovem que acaba de chegar na cidade. Prepare-se para mais um romance apimentado e divertidíssimo escrito por Rachel Gibson.. ( + )

NOS IDOS DE MARÇO
A ditadura militar na voz de 18 autores brasileiros em antologia organizada por Luiz Ruffato. Um retrato precioso daqueles dias, que ainda lançam seus raios sombrios sobre os dias atuais. ( + )





maio 16, 2012
Editora Leitura

Biografia de Getúlio Vargas, em livro de Richard Bourne

Por Andre Araujo –

A Esfinge dos Pampas

GETULIO VARGAS – A ESFINGE DOS PAMPAS,  por  Richard Bourne – Geração Editorial – Abril de 2012 – 313 paginas – Bourne é um respeitado professor da Universidade de Londres, especialista em temas latino-americanos e já fez uma biografia de Lula. Este novo  lançamento é uma visão moderna, abrangente  e  interpretativa do grande estadista brasileiro do Seculo XX., um personagem que marca definitivamente o Brasil moderno.

Não existem muitas  biografias  escritas sobre Getulio Vargas. Um historiador estrangeiro tem o olhar de fora que muitas vezes os naturais do Pais não conseguem ter e pode exercitar a historia comparativa e inserida em um campo global, o Brasil como parte da História mundial.

Não há espaço aqui para uma analise de todo o livro mas a obra trata em dois capítulos de um dos episódios mais intrigantes e menos conhecidas da biografia de Vargas. Trata-se da queda do ditador em outubro de 1945, pouco mais de um mês antes das eleições gerais marcadas para 2 de dezembro do mesmo ano. Porque Vargas foi derrubado pelas Forças Armadas, de forma até certo ponto humilhante, ele sendo um ditador de longo período, o mais poderoso na historia moderna do Brasil? Como explicar sua saída pela porta dos fundos do Poder?

….

Bourne compõe um enredo de coerente credibilidade e vai  desde as causas visíveis e imediatas para chegar às razões profundas e menos conhecidas. Os pontos centrais  dessa observação de longo alcance e formulada a partir das grandes variáveis da realidade:

1. Vargas de fato nunca controlou, como um ditador, as Forças Armadas. Contou  com a colaboração do Exercito para implantar o Estado Novo em 1937, mas  o mesmo Exercito foi  lento em defende-lo da  perigosa  investida integralista em 1938, uma atitude que não passou despercebida a Vargas e sempre foi um mistério histórico.

2.  Com a esmagadora vitoria dos aliados em Maio de 1945 o vento mudou no mundo, o Brasil apoiou e colaborou com o campo anglo-americano  mas o Estado Novo era uma clonagem do Estado fascista de Mussolini e apesar de apoiado pelos militares, a conta do Estado Novo seria paga integralmente pelo ditador, para que as Forças Armadas livrassem  sua  responsabilidade  perante a nova ordem mundial, baseada na Carta das Nações Unidas e na legitimação da Democracia no mundo ocidental como a forma de governo aceitável para os grandes países.

3. Quando marcou as eleições gerais, para Presidente e depois para Governadores para a mesma  data, 2 de dezembro, antecipando  a de governadores  que anteriormente estavam  marcadas para Maio de 1946, havia cada vez maior desconfiança nas Forças Armadas que Vargas repetiria o golpe de 1937, quando também marcou  eleições e depois  as  cancelou.   Essas desconfianças aumentaram muito de grau quando Vargas nomeou seu irmão Beijo Vargas, de má reputação e perfil nitidamente autoritário, para Chefe de Policia.  A nomeação de Beijo funcionou como gatilho para os que acreditavam em um novo golpe. Os generais exigiram que Vargas tornasse sem efeito a nomeação de Beijo, o que foi considerado por Vargas como sua deposição.

4. O homem chave para a deposição de Vargas foi o General Gois Monteiro, Ministro da Guerra que substituiu o General Dutra, em campanha para a Presidencia da Republica.

Gois tinha grande ascendência sobre a cúpula do Exercito, foi companheiro de Getulio e também peça chave da Revolução de 30 e do esmagamento da revolta paulista em 1932. Os dois candidatos à Presidencia eram militares, o Brigadeiro Eduardo Gomes e Dutra, o que diminuía consideravelmente a margem de manobra de Vargas para  um eventual cancelamento das eleições.

Mas havia um fator externo importante para o qual Bourne chama nossa atenção. Enquanto se desenrolavam os acontecimentos no Brasil, na Argentina o ex-Secretario do Trabalho, Coronel Juan Domingo Peron, deposto do cargo e preso pelos militares, era libertado por um movimento de massas, recolocado no cargo e tornava-se o político mais forte da Argentina.    Esse episodio influenciou os dois lados no Brasil, Vargas pensou em um movimento de massas para permanecer no poder e os militares desconfiavam que Vargas poderia tentar isso, repetindo o golpe branco argentino.

Outro fator importante foi a influencia das ideias democráticas captada pelos oficiais brasileiros que participaram da campanha da Italia a  partir do convívio com os generais americanos aos quais estavam subordinados. Os soldados brasileiros estavam lutando na Italia contra um Estado  parecido com o que Vargas montou e chefiava no Brasil, o que parecia uma contradição e influenciou a oficialidade que retornaria  pouco antes das eleições.

A analise de Bourne é bem mais complexa e nuançada  do que aqui relatei.  O ponto mais importante entre todos e que esta muito bem delineado é que Vargas não tinha e nunca teve o real comando das Forças Armadas, a relação era de aliança e não de subordinação, desfeita a aliança termina o poder de Vargas e ele se retira da cena sem resistência, exilando-se em São Borja  de onde não deveria sair.

Quem comunica a Vargas no Catete que sua missão terminou e que deveria sair de cena foi o General  Cordeiro de Farias, que teria um papel também marcante nos acontecimentos de 1964.

O livro tem excelentes fotos, inclusive uma que nunca tinha visto antes, de Ernesto Geisel ao lado de Vargas no Catete e outra foto impactante de Vargas com o General Gois Monteiro, imponente em trajes civis , foto de 1938.

Uma biografia imperdível, ousada e moderna, que traça um perfil pessoal de Vargas.

Um enredo para conhecer melhor essa fascinante personalidade que explica muito o Brasil de hoje.

Por Luis Nassif – http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/biografia-de-getulio-vargas-em-livro-de-richard-bourne

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