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Release: Sombras da noite – A vingança de Angelique, de Lara Parker
MAIS FORTE QUE O SOBRENATURAL
Geração lança o primeiro de dois romances baseados na série cult que também originou o mais novo filme de Tim Burton
Sombras da noite – A vingança de Angelique, é o primeiro de dois romances baseados na série Dark Shadows, exibida nos Estados Unidos pela ABC-TV entre 1966 e 1971, e depois retomada em 1991. Considerado hoje um seriado cult, Dark Shadows inspirou também o filme de Tim Burton que estreia este ano e traz Johnny Depp no papel de Barnabas e Eva Green no de Angelique.
A história começa na segunda metade do século XVIII, na ilha de Martinica, no Caribe, e se estende até os anos 70, nos Estados Unidos. Angelique e Barnabas são os personagens principais. O destino dela começa a mudar drasticamente depois que o pretenso pai a tira da casa, uma humilde choupana, sob a promessa de proporcionar-lhe uma vida melhor. Pelo menos era isso o que a mãe, descendente de escravos, pensava, liberando a filha para seguir o seu caminho aos dez anos de idade.
A partir daí inicia-se uma completa revolução na vida da menina, a começar pela sua vivência entre os escravos que trabalham no engenho de açúcar do pai, onde é forçada a se passar por uma deusa e assistir aos flagelos dos escravos, ao mesmo tempo em que, prisioneira num pequeno quarto, gasta o tempo lendo a obra completa de Shakespeare, além de aprender a arte da feitiçaria, do sobrenatural.
Ela também terá que se libertar da escravidão branca. Logo depois cairá numa segunda escravidão, a do amor impossível, quando cruza com Barnabas Collins, um jovem burguês conquistador. Angelique é uma das suas presas. Ele a ilude de tal forma que acaba vítima da própria sedução. No desespero de agarrar o seu amado, Angelique lança mão de todos os seus poderes sobrenaturais, aprendidos na senzala, até o ponto em que tudo foge ao controle. Amor se transforma em ódio, vida se transforma em morte, sonhos viram pesadelos.
Um livro de quase 600 páginas, numa linguagem enxuta, concisa, rico em situações, diálogos e fatos históricos. O vampirismo aparece, mas não é o cerne do romance. O aspecto central é a luta por um amor fugidio, tão forte que leva à loucura.
Este é um livro de arrepiar, mas não tanto de medo. A autora norte-americana Lara Parker — que interpretou a sensual e vingativa Angelique no seriado — trata das paixões que movimentam a vida, tornando-a mais pulsante, pungente e impetuosa. Mesmo que, para isso, alguns personagens se transformem em vampiros, feiticeiros, assassinos. No fundo, todos querem mesmo é ser felizes, apesar dos rumos inesperados que a vida toma.
Sobre a autora:
Nascida em 1937 no Tennessee, EUA, Lara Parker ficou célebre nos anos 70 por interpretar a sensual Angelique no seriado televisivo TV Dark Shadows. Graduada em arte dramática, filosofia e literatura, em 1998 ela escreveu Sombras da Noite – A vingança de Angelique, em que revisita o personagem ao qual deu vida na TV. O sucesso do romance foi tamanho que, pouco depois, Lara escreveu uma sequência, que também será lançada pela Geração.
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Sombras da noite – a vingança de Angelique
Autora: Lara Parker
Tradutor: William Lagos
Gênero: Literatura norte-americana
Formato: 15,6 x 23cm
Peso: 850g
Págs: 552
ISBN: 9788581300658
Preço: R$ 49,90
Sinopse:
Amores destroçados, sonhos perdidos, vampiros sem rumo. E uma bruxa linda e apaixonada, com muita sede de vingança.
Essa história assombrosa e cult, que arrepiou os norte-americanos nos anos 60 e 70, quando gerou mais de 200 telefilmes na rede ABC, conta a saga do triste vampiro Barnabas Collins, que vive seu drama no século XVIII e acorda, para novos horrores, nos anos 70 — os anos loucos do sexo, das drogas e do rock and roll.
Atrás dele, apaixonada e vingativa, vem a alucinada Angelique, com seu passado de menina prisioneira do próprio pai e cujos sonhos foram destroçados, 200 anos antes, pelo próprio Barnabas.
Essa trama cheia de suspense, amores destroçados, sonhos perdidos, feitiçaria, dramas existenciais, assédio e vingança, além de muito romantismo e muita história, é contada pela atriz e escritora Lara Parker, que interpretou Angelique na série de TV.
Barnabas e Angelique estão de volta também no cinema, interpretados por Johnny Depp e Eva Green, no mais novo filme do excêntrico Tim Burton.
Leia o 1º capítulo: Cap_01_SombradaNoite
Release: Branca de Neve, dos Irmãos Grimm
CONTO DE FADAS ANTIGO COM ROUPAGEM NOVA
Na nova versão do conto de fadas clássico Branca de Neve, lançado pela Geração Editorial,
a heroína parece uma gótica e não leva desaforo para casa
Os tempos são outros, e as crianças e jovens querem ver os personagens dos contos de fadas tradicionais sendo desmistificados, como na série de filmes de animação gráfica Shrek. Para deleite deles, esta nova edição do clássico Branca de Neve não poderia ser mais distante do desenho animado de Walt Disney para o cinema, lançado em 1937.
Esta versão, feita para os pré-adolescentes do século XXI, traz uma heroína que parece uma gótica, graças às ilustrações belíssimas, originais e perturbadoras da renomada artista Camille Rose Garcia. A rainha perversa, a segunda mulher mais bela depois de Branca de Neve, surge aqui como um monstro de quatro olhos. Até os doces animaizinhos da floresta são assustadores, e o Príncipe Encantado não parece particularmente viril.
Outro mérito desta luxuosa e inovadora edição — que traz o texto clássico dos Irmãos Grimm, publicado originalmente há quase 200 anos — é resgatar os aspectos mais sombrios da história que foram suprimidas da versão açucarada de Walt Disney. A rainha perversa tenta matar Branca de Neve não uma, mas quatro vezes. No final, Branca de Neve, na festa do seu casamento com o príncipe, vinga-se da madrasta, forçando-a a dançar com sapatos de ferro em brasa até morrer.
Sobre o autor:
Jacob (1785-1863) e Wilhelm Grimm (1786-1859) foram acadêmicos e linguistas alemães, célebres por terem popularizado muitos contos de fadas hoje clássicos, como João e Maria, Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel, A Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho (cuja nova versão também será lançada pela Geração).
Sobre a ilustradora:
As pinturas de CAMILLE ROSE GARCIA mostrando cartuns assustadores de crianças habitando contos de fadas em lugares selvagens são comentários críticos sobre o fracasso das utopias capitalistas, reunindo referências nostálgicas da cultura popular com uma veia satírica sobre a sociedade moderna. Seu trabalho foi apresentado em galerias e museus internacionais e impresso em numerosas revistas, incluindo Juxtapoz, Rolling Stone e Modern Painter. É autora de vários livros e recentemente ilustrou uma nova versão de As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, que constou entre os livros mais vendidos de acordo com a listagem do New York Times.
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Branca de Neve
Autor: Irmãos Grimm
Tradutor: William Lagos
Ilustradora: Camille Rose Garcia
Gênero: Infantojuvenil
Formato: 14,3 x 21cm / capa dura
Peso: 320g
Págs: 80
ISBN: 9788581300795
Preço: R$ 26,00
Sinopse:
Originalmente surgida no folclore francês do século XVII, a história de Branca de Neve há muitos anos vem sendo um dos mais memoráveis contos infantis de todos os tempos, repetido durante gerações ao redor do mundo.
É a história de uma rainha maligna determinada a se livrar de uma menina – com a pele tão branca como a neve, os lábios tão vermelhos quanto o sangue e os cabelos negros de ébano – que ameaça o desejo da rainha de permanecer a mulher mais bela de seu reino.
Esta nova edição destinada a presentear as crianças modernas, apresenta a versão completa do conto dos Irmãos Grimm, com uma interpretação artística original da famosa ilustradora Camille Rose Garcia, que imaginativamente combina o humor com um toque tenebroso de romantismo.
Amigos, escritores e editor lembram histórias de Roberto Drummond
Fonte: Ana Clara Brant – EM Cultura
A importância da obra do romancista e contista para a modernização da literatura brasileira
Ele era o marido de Beatriz e o pai de Ana; o colega de literatura e de amizade de Carlos Herculano Lopes e de Luiz Vilela; o companheiro de viagens e de feiras de livros de Ignácio de Loyola Brandão; um dos principais nomes da Geração Editorial, de Luiz Fernando Emediato; o homem que “sugeriu, aos sussurros, em tom conspiratório”, que Fernando Morais escrevesse a biografia de Olga Benário e também é tema de documentário do diretor Breno Milagres. Roberto Drummond é lembrado com carinho pelos amigos, escritores e familiares, que destacam, principalmente, sua paixão pela profissão e o orgulho que sentia de sua obra.
“Além de ser um grande escritor, Roberto era muito empolgado e acreditava na literatura que fazia. Isso era algo fantástico em sua personalidade. Ele fazia questão de promover seus livros; não tinha vergonha de se mostrar. Quando lançava, saía caminhando com os livros debaixo do braço, mostrando para todo mundo. Quando saiu O cheiro de Deus, o Roberto dormiu com o livro debaixo do travesseiro, tamanho o orgulho”, lembra o jornalista e escritor Carlos Herculano Lopes, que foi seu colega no Estado de Minas. Em 2005, Herculano organizou um livro reunindo as melhores crônicas de Roberto Drummond e conta que o autor de A morte de DJ em Paris sempre o incentivou a escrever e uma de suas principais características era a generosidade. “O Roberto sempre me deu força e me apresentou a vários escritores. Quando podia, ajudava a divulgar quem estava começando e tinha um coração muito aberto. Ficamos muito próximos ao longo da vida e nos tornamos confidentes. A gente saía quase todos os dias, tomava um chope na Savassi ou no Maletta. O Roberto se tornou uma espécie de guru para mim”, frisa Carlos Herculano.
O publisher, jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, que detém os diretos de boa parte da obra de Roberto – a Objetiva é a responsável por três títulos (O cheiro de Deus, Os mortos não dançam valsa e A morte de DJ em Paris) –, também ressalta o fato de que o autor era um divulgador cuidadoso do próprio trabalho e mesmo não tendo saído de Minas Gerais, como boa parte dos colegas conterrâneos, como Guimarães Rosa, Fernando Sabino, Rubem Fonseca e Carlos Drummond de Andrade, conseguiu se sobressair. “Ele sabia se vender. E mesmo ficando fora do eixo Rio-São Paulo, porque não queria sair de Minas, encontrou um jeito de sua obra se destacar e inventou moda”, pontua. Emediato o conheceu, em 1971, quando os dois venceram o maior prêmio literário brasileiro da época, o Concurso de Contos do Paraná, sendo que Roberto ganhou na categoria principal e Emediato na de revelação.
O editor conta que os dois mantinham uma relação de amizade, às vezes meio conflitante, já que Roberto Drummond não acatava muito bem as críticas, mas que no fim o mineiro acabou sendo um dos principais autores de sua recém-criada editora. “Ele inventou uma literatura pop, que na verdade era uma literatura de boa qualidade. Roberto era um bom marqueteiro de si mesmo e conquistou mais o mercado do que a crítica. Ele demorou a ter uma aceitação da crítica. Hilda Furacão o projetou nacionalmente, dando muita popularidade, e foi traduzido para vários idiomas, assim como outras obras suas. Certa vez, escrevi críticas pouco elogiosas sobre seus livros e ele não aceitou muito bem, ainda mais vindo de um amigo. O fato de eu não ter compreendido a genialidade dos seus livros pode ter sido uma deficiência minha, mas depois voltamos às boas e ele preteriu uma importante editora para fechar comigo na Geração Editorial, que estava começando”, recorda.
Moderno
Amigo de longa data e contemporâneo de geração, o escritor paulista Ignácio de Loyola Brandão acredita que Roberto Drummond modernizou a literatura trazendo uma linguagem mais atualizada e urbana e distanciada de tudo que era regionalista. “Para alguns é a chamada literatura pop, mas não gosto dessa expressão. Ele foi um dos primeiros que conseguiram se aproximar do leitor mais jovem. Roberto era megalomaníaco e vivia essa megalomania com muito prazer. Costumava dizer que sempre tinha milhares de exemplares vendidos, contratos fabulosos. Ele flutuava dentro desse sonho e eu achava isso de uma pureza e de uma ingenuidade muito bonita. Era um cara muito inteligente, evoluído, mas tinha essa coisa provinciana dentro dele, assim como eu, que ainda carrego muita coisa da minha Araraquara”, confessa Ignácio.
Outro que privou por muito tempo da intimidade do escritor é o colega Luiz Vilela, a quem Roberto homenageou em uma crônica intitulada “A quem devo Hilda Furacão”, relatando os percalços e riscos que se passa na hora de escrever um “romance de fôlego”. O texto dizia: “Sou um devedor de meu amigo e excelente escritor Luiz Vilela. Porque, se não fosse ele, lá de seu refúgio em Ituiutaba, num telefonema providencial, eu teria simplesmente destruído, ou condenado ao esquecimento, a versão de Hilda Furacão, que vem agradando gente tão competente…”.
“ Roberto era um grande amigo e um colega de literatura. Nessa crônica está presente a nossa amizade e esse caso interessante em que ele acatou a minha sugestão de continuar a escrever o livro, mesmo com as dificuldades”, recorda Vilela.
Memórias de Bela B
Casada com Roberto Drummond por mais de 40 anos, a viúva Beatriz pretende mandar celebrar uma missa em intenção do marido, que ela conheceu ainda menina, quando viviam em Santana dos Ferros, hoje Ferros, Região Central de Minas. “A cidade era muito pequena e todo mundo se conhecia. Eu tinha 13 anos e fui atrás dele em um campinho de futebol onde ele assistia a um jogo, para pedi-lo em namoro. O Roberto achou ótimo e aceitou”, lembra Tiz, como era carinhosamente chamada pelo marido. Os dois se casaram em fevereiro de 1960, em Belo Horizonte, e tiveram uma filha, Ana Beatriz. A viúva conta que foi uma das principais incentivadoras da literatura de Roberto, apesar de suas famílias torcerem o nariz. Ela elege Hilda Furacão, em que é inclusive personagem, como a obra preferida dentre as publicações do marido. “No livro, ele me chama de Bela B, mas ele nunca me chamou assim. Eu era realmente uma moça muito linda, maravilhosa, igual na minissérie mesmo. Passei um aperto quando ela foi exibida na TV, porque todo mundo queria saber sobre a Hilda Furacão, se ela realmente existiu, onde morava. Dizia que sim. Parece que era aquilo mesmo”, desconversa rindo Beatriz.
Ela revela que Roberto Drummond nunca permitiu que a família lesse seus escritos antes de serem publicados, mas quando os lançava era uma festa. “Ele gostava muito do que fazia. Sinto falta da companhia dele, das nossas viagens, dos passeios. Não participava muito dessas saídas pelos bares com os amigos, apesar de eu gostar de beber. Até hoje tomo uma latinha de cerveja todo dia para relaxar. Mas era muito companheiro e a gente sempre caminhava aqui pelas livrarias, pela Savassi, que é um lugar que o Roberto sempre amou”, acrescenta. Em 2003, foi inaugurada uma estátua de bronze de Roberto Drummond, de autoria do artista plástico Léo Santana, na Praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi.
Documentário No fim do ano, o cineasta mineiro Breno Milagres vai lançar o documentário RD manda lembranças, painel da obra e da vida de Roberto Drummond. Além de depoimentos do próprio homenageado, de amigos, escritores, jornalistas e jogadores de futebol, haverá atores interpretando as crônicas e os contos de Roberto, além de textos de autores amigos e imagens cedidas pela família. “A gente era muito amigo, quase vizinho. O mais importante deste trabalho foi o carinho que todo mundo demonstra pelo Roberto. É impressionante. Ele escrevia de um jeito que era dele e sempre terá lugar de destaque na literatura mineira e brasileira”, enfatiza Breno, que chegou a levar para as telas e para a TV outras obras de Roberto, como Quando fui morto em Cuba, O estripador da Rua G e o conto “O demônio do meio-dia”.