‘Amor à Vida’ e os hospitais psiquiátricos no Brasil. Jornalista investiga o maior deles e publica livro
O tema do livro Holocausto brasileiro tem sido amplamente discutido por meio da novela Amor à Vida, que tem abordado como deve ser o tratamento de pacientes com doença mental, através da personagem Paloma (Paolla Oliveira), que foi internada à força em uma clínica psiquiátrica.
Em Holocausto Brasileiro, a autora resgata do esquecimento um dos capítulos mais macabros da nossa história: a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena. Pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, haviam sido internadas à força. Cerca de 70% não tinham diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, gente que se rebelava ou que se tornara incômoda para alguém com mais poder. Eram meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos. Alguns eram apenas tímidos. Pelo menos 33 eram crianças. A internação da protagonista da novela das 9 retrata perfeitamente como muitas pessoas foram internadas à força sem ao menos ter algum problema mental e traz à tona uma importante discussão sobre os hospitais psiquiátricos.
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