500 anos de “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel
Fonte: O Estado de S.Paulo
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Leia a obra-prima que inaugurou a ciência política, este clássico da filosofia moderna em numa nova edição que contém não só os comentários de Napoleão I, mas também os da rainha Cristina da Suécia, mulher à frente do seu tempo, protetora das artes e amiga de pensadores como Descartes. a nova edição de O príncipe, publicada pela Jardim dos livros.
Segundo o filósofo Leo Strauss, “Maquiavel é o único pensador político cujo nome foi adotado pelo uso comum para designar um tipo de política guiada exclusivamente por considerações de conveniência, que lança mão de quaisquer meios, limpos ou sujos, ferro ou veneno, para atingir os seus objetivos”.
Carlos Lacerda, político brasileiro que como ninguém fez uso das lições extraídas de O príncipe, escreveu o seguinte sobre o seu autor: “Há quatrocentos anos, mais ou menos, ele é vítima de um mal- -entendido. Estadista sem Estado, patriota sem pátria, ele viu a realidade e a descreveu. Confundiram a sua descrição com a sua intenção. Tomaram como receita sua, para o governo dos povos, o que era súmula realista de preceitos para habilitar o governante a realizar o que, este sim, foi o ideal desse funcionário florentino: a unificação da Itália, a formação do Estado moderno, baseado na soberania do povo.”