500 anos de Giorgio Vasari, inventor do artista moderno
Se a História da Arte tivesse um pai ele seria Giorgio Vasari. Sua percepção e talento para avaliar grandes artistas o tornaram referência, até hoje. Passados 500 anos os seus livros continuam atuais e a sua trajetória se mistura com a das artes.
A Biblioteca Nacional inaugura no dia 21 de outubro, a exposição “Giorgio Vasari e a invenção do artista moderno” em comemoração aos 500 anos do nascimento desse pintor e arquiteto italiano, nascido em 1511, reconhecido mundialmente como o primeiro historiador da arte. Vasari faleceu em 1574 deixando um legado que até hoje é consultado e reverenciado pelos artistas.
Incentivador de artistas como Michelangelo e amigo da poderosa família dos Médici, ele atendeu a encomendas de príncipes e papas. Vasari é idealizador da arquitetura da Galleria degli Uffizi – hoje sede do principal museu de Florença. O pintor também é autor das célebres pinturas que decoram o Palazzo Vecchio – atual sede do governo da cidade – e fundou a primeira academia de belas artes, a Academia das três artes do Desenho, de 1563.
Segundo o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, a riqueza e a importância de Giorgio Vasari para as artes, no mundo, são inquestionáveis e por isso a exposição é um motivo de orgulho para os brasileiros. “A influência, o conhecimento e o talento desse artista só reforçam a qualidade do acervo da Biblioteca Nacional. Ela empresta obras raras que só os maiores museus do mundo possuem”, afirma Galeno Amorim.
A exposição vai contar com três edições de “Vidas dos mais excelentes pintores, escultores e arquitetos” – livro fundador da historiografia artística, lançado originalmente em 1550 por Vasari. Ao todo, 110 peças do acervo da Biblioteca serão expostas levando a história do Renascimento italiano para o coração do Rio de Janeiro. Elas representam o trabalho do artista responsável pela consolidação de uma nova posição e consideração social dos artistas no século XV.
Primeiro tratado completo sobre o assunto, a obra descreve os princípios que delimitam a arte italiana do século XIII ao XVI, segundo um percurso evolutivo que leva de Giotto a Michelangelo. “Até hoje, o livro é referência nos estudos sobre a arte do Renascimento. Sem ele, a idéia sobre esse período artístico teria contornos diferentes e outros protagonistas”, conta Elisa Byington, curadora da exposição. O sucesso de Vidas foi garantido pela grande quantidade de informações, o valor do vocabulário crítico em formação e o talento de Giorgio Vasari.
Tratados fundamentais dos séculos XV e XVI que fazem parte do acervo da Biblioteca Nacional estão entre as principais peças em exposição. Eles documentam o nascimento da teoria e da historia da arte, apontando para a consciência histórica que o artista de Arezzo – cidade da região da Toscana – sistematiza em sua obra.
Além disso, reproduções de gravuras como Laocoonte, de Pierre Perret e do desenho Três Graças, de Orazio Samacchini, serão expostas. A primeira trata de episódio da mitologia relatado na Ilíada de Homero e na Eneida de Virgílio. Já a segunda remete as três artes do desenho: pintura, escultura e arquitetura.
“Vamos investir cada vez mais em exposições deste porte para apresentar o imenso material histórico que hoje está à disposição dos brasileiros. Basta apenas visitar a Biblioteca Nacional”, resume Galeno Amorim.
Giorgio Vasari e a Invenção do artista moderno
A partir de 21 de outubro no Espaço Cultural Eliseu Visconti
Endereço: Rua México, s/n – Centro – Rio de Janeiro (acesso pelo jardim da Biblioteca Nacional)
De terça a sexta das 10h às 18h
Sábados das 10h Às 17h
Domingos das 12h às 17h
Entrada franca
Fonte: Biblioteca Nacional