Vidas do Carandiru – Historias reais
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Autor: Humberto Rodrigues
Gênero: Memória
Formato: 16 X 23 cm
Páginas: 312
ISBN: 857509067-4
Peso: 0.5 kg.
Preço: R$ 48,00
Sinopse:
Como numa história de Kafka, o jornalista Humberto Rodrigues foi preso e condenado por um crime que não havia cometido. Coube-lhe – até ser absolvido, um ano e meio depois – viver dias terríveis nas celas do maior presídio da América Latina, o lendário Carandiru. Dessa tragédia nasceu este livro, no qual, com um estilo que lembra Graciliano Ramos, mas menos amargo, o autor nos emociona com uma revelação surpreendente: no meio do inferno e convivendo com monstros, ele conseguiu, de forma comovente e bela, encontrar resquícios de esperança e humanidade. Em linha diversa do adotado em “Estação Carandiru”, o fascinante painel descrito por Dráusio Varela, este livro mostra um lado até então insuspeitado da prisão. No meio do inferno e no coração do monstro, por incrível que pareça, podem pulsar não o terror, o medo e a morte, mas também a esperança e o otimismo dos que, apesar de toda a dor, ainda não desistiram da vida.
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Jornalista condenado injustamente conta sua surpreendente história de um ano e meio no Carandiru, maior presídio da América Latina
Como numa história de Kafka, o jornalista Humberto Rodrigues foi preso e condenado por um crime que não havia cometido. Coube-lhe – até ser absolvido, um ano e meio depois – viver dias terríveis nas celas do maior presídio da América Latina, o lendário Carandiru. Dessa tragédia nasceu um livro no qual, com um estilo que lembra Graciliano Ramos, mas menos amargo, o autor nos emociona com uma revelação surpreendente: no meio do inferno e convivendo com monstros, ele conseguiu, de forma comovente e bela, encontrar resquícios de esperança e humanidade.
Em linha diversa do adotado em “Estação Carandiru”, o fascinante painel descrito por Dráusio Varela, “Vidas do Carandiru”mostra um lado até então insuspeitado da prisão. No meio do inferno e no coração do monstro, por incrível que pareça, podem pulsar não o terror, o medo e a morte, mas também a esperança e o otimismo dos que, apesar de toda a dor, ainda não desistiram da vida.
NO CORAÇÃO DAS TREVAS
Era uma tarde comum – 23 de maio de 2000 – quando começou essa história kafkiana. Humberto Rodrigues tinha 65 anos e era um jornalista respeitado quando foi levado por policiais, jogado em uma cela infecta e em seguida, para sua perplexidade, condenado pelo crime que não havia cometido. Durante 514 dias, coube-lhe viver uma experiência extrema.
Profissional acostumado com o sucesso, com os melhores hotéis e restaurantes, a história de Humberto Rodrigues causa choque e surpresa. Choque porque o leitor sente-se acompanhando o autor ao longo de uma narrativa vigorosa, em que o homem é reduzido a quase nada. Surpresa porque, por mais incrível que possa parecer, Humberto conseguiu sobreviver à experiência sem qualquer resquício de rancor.
Diferente de outros célebres retratos sobre a prisão e em especial o Carandiru – como o amargo “Memórias do Cárcere”, de Graciliano Ramos, o surpreendente “Estação Carandiru”, de Dráusio Varella, e o explosivo “Pavilhão 9”, de Hosmany Ramos – esse “Vidas do Carandiru” é o primeiro depoimento que revela esperança e otimismo em meio à dor, ao terror, ao medo e à morte.
Lição de vida? Talvez, mas o ponto central do livro são as histórias apresentadas de forma direta e honesta de homens que chegaram ao extremo mais degradante da condição humana. Na primeira parte, é a história do jornalista que é contada pelo próprio, em forma de diário, lembranças, reflexões e meditações. E fatos: a amizade que fez com dois homens, posteriormente acusados de roubo de quadros, o levou a caminhos que jamais imaginaria ver em vida. Lá fora, a família com quem já não mantinha relações e que, por uma dessas linhas tortas da vida, a prisão acaba por promover uma completa mudança.
Do lado de dentro, a dura realidade de uma escola que não poderia preparar melhor o crime. Humberto sentiu na carne a entrada nessa “universidade da violência” nos primeiros 43 dias que passou numa cela de delegacia, o Depatri, onde conheceu o espancamento, a tortura e um tratamento que reduz a dignidade humana ao mais completo vazio.
Depois, surpreendentemente, os 471 dias de Carandiru pareceram ao autor o paraíso quando comparados ao estágio anterior. Humberto deu aulas de português e matemática, escreveu o seu livro, viu e sentiu claramente que sem uma completa reformulação dos sistemas prisional e – principalmente – jurídico, tudo o que se diz e faz para combater a violência é mero paliativo. Na segunda parte do livro, Humberto Rodrigues contou a história de doze presos, companheiros de infortúnio. São histórias reais, todas dramáticas, e que permitem que o leitor tire a sua própria conclusão.
“É indispensável para a saúde da sociedade que o que esteja escondido, por detrás dos muros, seja trazido à tona. Por isso é que vejo com bons olhos a literatura que se tem produzido nos presídios e estamos lançando mais dois novos títulos nessa linha”, afirma Luiz Fernando Emediato, proprietário e editor da Geração Editorial.
Com Emediato concorda o professor e jurista Ives Gandra Martins, que prefacia a obra: “O livro de Humberto Rodrigues mostra, sem preconceitos, exageros ou justificativas, um mundo diferente do que conhecemos”.
E completa: “Estou convencido de que o livro servirá de alerta e permitirá a reflexão por aqueles que têm a obrigação de cuidar da segurança pública e da recuperação de criminosos, não devendo a sociedade alhear-se de reflexão semelhante. O livro, todavia, não merece ser lido por este grito de alerta, mas também porque é bem escrito”.
O jornalista Humberto Rodrigues poderia nos ter apresentado a intimidade da cadeia em números. Um presídio que abarcava, pouco antes de ser extinto, 7 mil presos, o dobro da sua capacidade, e que tinha 80% de sua população com tuberculose e um em cada sei com Aids, expostos a um atendimento médico e alimentar bastante precário, já seria motivo de reflexão. No entanto, Humberto é também escritor, e optou pelo caminho de contar a história das pessoas que estão por trás dos números do seu prontuário. Daí o título: “Vidas do Carandiru – Histórias Reais”. Daí a força deste relato de alguém que conheceu o subterrâneo e decidiu juntar forças para contar o que viu por lá.