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Poesias à flor da pele – 1º lugar
Insanidade – por Celena Carneiro
Quando sentiu sua mão
acariciando-lhe a nuca suada
seu corpo ainda dolorido
pediu mais
suas entranhas clamavam
sabia que estava dominada
precisava dele
do cheiro animal que exalava
a pele molhada
a pressão de suas mãos
em seu corpo trêmulo
sua respiração arfava
seu hálito quente
a boca entreaberta roçando-lhe a orelha
balbuciando palavras obscenas
a língua lambendo seu pescoço
os seios comprimidos em suas mãos
seu corpo másculo
impondo um ritmo selvagem
em uma cavalgada desenfreada
Sobre a autora:
Celena Carneiro é pedagoga e professora de literatura. Natural de Uberlândia no Triângulo das Minas Gerais, leva a vida cercada, literalmente, pelos livros, sua grande paixão. Publicou VOLVER, um livro de poesias em 2004. Em 2009 publicou seu primeiro romance, Morde na Bolacha junto com a Goiabada. Agora, no ano de 2012, se prepara para publicar um livro de contos.
Poesias à flor da pele – 2º lugar
Impávido Desejo – por Angelo Colesel
olho, olhar…
sinta-me:
creia, eu creio!
duas bocas,
línguas tocantes:
fogo de mel
olhos -relâmpago,
corpos- serpente-
mãos complacentes,
camisa rasgada, calça no joelho:
– sua boca ensanguentada de vampiro
eu ereto,
ereção: heresia.
sua boca sem nexo, busca meu sexo…
suga
treme
intercala
treme
suga
lambe a glande
gemidos…
languidez- (suas mordidinhas!)
pulsa
entorpece
frêmito: o
jato-
seiva de vida-
explosão de prazer,
olhos de inércia:
pacto de vidas!
volta à calma, suave
beijo…
mãos que perdem-se
recomeçar…
Sobre o autor:
Angelo Colesel – natural de Imbituva, Paraná, Professor da Rede Municipal de ensino há 12 anos, Professor de Artes, Artista Plástico, Coordenador da Casa de Cultura e Assessor de Cultura, criador e coordenador do projeto Fazendo Arte, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Imbituva, atualmente vem colaborando em revistas e jornais com seus poemas e contos.
Poesias à flor da pele – 3º lugar
A natureza na sensualidade – por Regina Araujo
Alguns acham que sou assim:
excessivamente sexualizada.
E isso causa um pouco de confusão.
É verdade, eu confesso de antemão,
que tem tesão demais em mim.
Só que nem sempre entendem direito
como funciona essa parada
e ficam achando que sou meio fora de eixo,
um tanto quanto desvairada.
O fato é que faço amor ao levar um caixote no mar,
com a onda me embolando
e na areia meu corpo esparramando,
quando já não sei mais quem sou eu
ou a praia ao luar.
Gozo com o céu
ao voar de asa delta sem qualquer véu.
Dou uma rapidinha com o lago
ao descer pela tirolesa num ato destrambelhado.
Deixo rolar uma relação de alta qualidade
ao me permitir ser levada nua
pela correnteza do rio na pequena cidade.
Me envolvo completamente com o vento
ao abrir os braços no alto da colina
e deixar meu corpo ao relento,
ser totalmente tocado, como uma messalina
por esse deslumbrante elemento.
Me deito com a relva
e passivamente me entrego ao sol,
que silencioso
penetra minhas entranhas como uma selva.
Flerto com as borboletas
e maliciosamente
acaricio as pétalas das flores
deslizando vagarosamente meus dedos
em seus aveludados pêlos.
Literalmente trepo nas árvores livres
com movimentos cautelosos e firmes.
Escorrego na grande pedra da cachoeira
atingindo o clímax de prazer
ao mergulhar na água, de brincadeira,
estritamente gelada, e reviver.
Ainda não transei na neve
nem conheço as geleiras.
Porém, não deixam de fazer parte,
essas companheiras,
do meu sonho mais perfeito e breve.
Você tem razão
meu Mestre de sonho e ilusão.
Transo com tudo que é possível.
Às vezes, até mesmo com um homem aprazível.
Principalmente quando me deixo simplesmente
por inteira, a dominar pelo seu fixo olhar.
Aí é simplesmente estrondoso estar com você.
O desejo descomunal de um mínimo instante-mudo
em que através dos seus olhos, embevecida,
eu gozo com o mundo.
O símbolo do amor mais puro
a tudo que chamamos impulso de vida.
Esse é meu sexo ardente,
meu jeito de amar cada dia
e de livre e abertamente,
viver cada instante
refletido no espelho incessante
da nossa concreta poesia.
E se na finitude rápida do meu fogo-vida
não houver tempo de a neve experimentar
nem derreter a geleira, a mim bastará
ter sido por um breve momento da arte
desnudada em seu mais profundo olhar.
Sobre a autora:
Márcia Regina de Araujo Duarte, carioca, Psicóloga Clínica desde 1988, sob nome literário de Regina Araujo, desde 2008 vem participando de diversos concursos literários, tendo sido extensamente premiada em poemas; contos; crônicas e romances, em nível nacional e internacional. Publicou em 2010 – “Caminhos em Descaminhos – Uma Viagem no Mundo Mágico da Poesia”, com mais de 40 poemas classificados em concursos entre 05/2008 e 05/2009; e em 01/2012 lançou “Confrontos de uma PsicoFêmea” – livro vencedor em crônicas no Conc. Literário Internacional da União Brasileira de Escritores/RJ. Seus textos compõem mais de 40 antologias de classificações em concursos. Participa de inúmeros eventos culturais e literários no Rio de Janeiro, como: Poesia simplesmente, Polem, Corujão da Poesia, APPERJ, UBE, Casa Poema, entre outros.