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2ª Feria do Livro de Osasco
Começa na próxima quinta-feira, dia 14, em Osasco, a 2ª Feira do Livro. Até o dia 25 de junho são aguardados cerca de 40 mil visitantes. E a Geração Editorial estará presente com grandes obras e preços especiais para os visitantes.
A feira conta com uma programação artístico-cultural com atividades para o público de todas as idades. Serão tarde de autógrafos, espaço infantil com contação de história, oficinas culturais, saraus, debates, palestras e shows como de maracatu e MPB, dentre outras atrações. A abertura oficial, acontece no dia 14, às 10h30 e para fechar a noite haverá show de abertura com o grupo Teatro Mágico.
Confira a programação completa no site oficial.
Serviço
2ª Feira do Livro de Osasco
Data: 14 a 25 de junho
Horário: 8h às 20h
Entrada Gratuita
Local
Biblioteca Municipal de Osasco
Rua Marechal Rondon, 260
Centro – Osasco
Revista Época: Dê adeus às bibliotecas por Luís Antônio Giron
Instituições como a Biblioteca Nacional podem desaparecer ou ser vetadas à consulta em carne e osso
Por Luís Antônio Giron
Fonte: Revista Época
Nostalgia é o oitavo pecado capital destes tempos. Você pode ser retrô e reciclar informações do passado com o glamour e a retina exata do presente. Ser nostálgico e sentir saudade é pecar. Por que sentir falta de um passado que era mais atrasado, mais ridículo e mais sujo do que o presente? Como sei que o presente é o futuro passado e que os brilhos atuais vão parecer foscos aos olhos judiciosos do amanhã, continuo a gostar da nostalgia. Recaio sempre nela, e sinto o olhar reprovador de quem está por perto e nota a infração. Para horror de minha mulher, guardo uma edição da Encyclopedia Britannica, edição de 1962. Pior, vivo consultando seus verbetes absoluta e encantadoramente desatualizados. Agora que a Britannica deixou de ser publicada em papel e migrou inteirinha para a internet, só me resta o prazer táctil de folhear a minha velha prensagem da obra. Não posso evitar ser um ser pré-internético, pré-google, pré-instagram e o diabo a quatro.
Em um desses meus acessos incuráveis de nostalgia, cometi o crime de visitar a biblioteca pública do meu bairro. Cheguei de mansinho, talvez pensando em reencontrar nas prateleiras os livros que mais me influenciaram e emocionaram. Topei com prateleiras de metal com volumes empoeirados à espera de um leitor que nunca mais apareceu. O lugar estava oco. A bibliotecária me atendeu com aquela suave descortesia típica dessa categoria profissional, como se o visitante fosse um intruso a ser tolerado, mas não absolvido. Eu sei que as bibliotecárias, entre suas muitas funções hoje em dia, sentem-se na obrigação de ocultar os volumes mais raros de suas respectivas bibliotecas. Bibliotecas mais escondem do que mostram. Há depósitos ou estantes secretas vedadas aos visitantes. São as melhores – e, graças às bibliotecárias, você jamais chegará a elas.
Na recepção daquela pequenina biblioteca municipal, eu me senti uma assombração do passado a importunar a ordem do agora.
“Procuro uma coletânea de contos fantásticos de Aluísio Azevedo”, disse à senhora. “O senhor trouxe a referência?” Não. “Por que não consultou o catálogo pela internet?” Sei lá por quê, eu só queria parar por aqui e ler uns livros difíceis de encontrar e talvez levar emprestados… “Os empréstimos são limitados a quatro volumes e a devolução acontece em 15 dias”, ela metralhou, com os olhos pregados no monitor velho e encardido do computador. Por fim, depois de dar um pequeno passeio pelo interior da biblioteca, voltou para informar que não tinha o livro que eu buscava. Virei as costas, imaginando o alívio da funcionária em me ver ir embora. Agora ela podia regressar a sua preguiçosa solidão.
Em tempos idos, eu encontrava nas bibliotecas públicas um abrigo para meditar, planejar e fugir do mundo. Passeava pelas estantes como quem viajasse por outros planetas, tempos e realidades, memórias, histórias, uma lição de vida aqui, uma descoberta da crueldade humana ali, fantasias inúteis acolá. Devo às bibliotecas a minha formação. Fiz mestrado e doutorado passando tardes enfurnado na Mário de Andrade, no Arquivo do Estado e na Biblioteca Nacional. E sempre frequentei bibliotecas de bairro. Anos atrás, elas costumavam ser lotadas de leitores ávidos. Os usuários se interessavam por cultura, e não apenas como uma ferramenta para subir na vida e destruir os concorrentes. Havia oficinas e debates. Os livros de poesia e os romances não paravam nas prateleiras. Agora os ácaros, os carunchos e toda sorte de inseto venceram os leitores. Para não falar da umidade – que, recentemente, quase acabou com os periódicos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Saí da minha biblioteca do bairro e me dirigi a uma lan house próxima, repleta de meninos e adultos, absortos em pesquisar, mandar emails e jogar. Pela internet, encontrei O touro negro, de Aluísio Azevedo, disponível em arquivo digital no site do domíniopublico.br. Agora tudo quanto é livro pode ser encontrado em sites abertos, como archive.org, openlibrary.org e gutenberg.org. E pensei: perto de uma lan house imunda como aquela, as poeirentas bibliotecas públicas lembram santuários abandonados. Não espanta que as prefeituras de quase todas as cidades do Brasil queiram fechá-las. Daqui a pouco a venerável Biblioteca Nacional vai migrar inteira para o mundo on line, e proibir a entrada de leitores de livros em papel, os antigos livros reais. Será vetado o ingresso no recinto de leitores em carne e osso, gente atrasada que vive em busca de livros de papel. Tudo estará apenas “disponibilizado” (que verbo ridículo) pelas bases de dados via internet.
Sou obrigado a dar razão a esses baluartes do conhecimento que são os prefeitos de todas as cidades do Brasil. As bibliotecas não servem mais para nada nem a ninguém. Nem mesmo a mim, que sempre as amei. Ainda assim, toda vez que passo diante do prédio da biblioteca do meu bairro com a intenção de dizer adeus, não consigo.
Link: http://revistaepoca.globo.com/cultura/luis-antonio-giron/noticia/2012/05/de-adeus-bibliotecas.html
Programação Feira de Troca de Livros e Gibis 2012
Com o objetivo de oferecer ao público a oportunidade de renovar suas bibliotecas pessoais sem custo, a Feira de Troca de Livros e Gibis define sua programação para 2012.
Confira a programação
Das 10h às 15H
15 de abril – Lydia Natalízio
Rua João Pedro Lecor, s/n (ao lado do SENAI) – Vila Prudente;
6 de maio – Parque Esportivo dos Trabalhadores (antigo CERET)
Rua Canuto Abreu, s/n – Tatuapé;
10 de junho – Piqueri (Ponto de Leitura)
Rua Tuiuti, 515 – Tatuapé;
5 de agosto – Trote
Rua Nadir Dias de Figueiredo, s/n – Vila Guilherme;
16 de setembro – Independência
Rua Nazareth, s/n, próximo à Casa do Grito – Ipiranga;
21 de outubro – Carmo
Av. Afonso de Sampaio e Souza, 951 – Itaquera;
11 de novembro – Ibirapuera
Av. República do Líbano, 1151 – portão 7 – próximo ao Viveiro Manequinho Lopes, ao lado do Bosque da Leitura, na antiga serraria.
Mais informações: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/programas_projetos/index.php?p=9481