Grande líder, O
Autor: Fernando Jorge
Gênero: Romance
Formato: 16 X 23 cm
Páginas: 336
ISBN: 857509091-7
Peso: 0.35 kg
Preço: R$ 54,00
Sinopse: O biógrafo e polemista Fernando Jorge causou espanto, em 1970, com a história de um certo Piranha Albuquerque, político corrupto e safado, amado pelo povo. Ficou meses nas listas de mais vendidos, à frente de Jorge Amado e García Márquez. O romance volta com nova roupagem e o mesmo interesse: os políticos infelizmente não mudaram.
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Relançada sátira da corrupção brasileira que causou barulho nos anos 1970 e vendeu mais que Jorge Amado
Geração Editorial reedita O Grande Líder, de Fernando Jorge, um dos livros mais polêmicos da literatura brasileira
Ninguém escapou da escrita cortante e impecável de Fernando Jorge em O Grande Líder: nem intocáveis da literatura brasileira, como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Guimarães Rosa, nem muito menos (e principalmente!) personagens políticos da história brasileira recente. O autor havia reconstruído, com a saga de Piranha da Fonseca Albuquerque, a saga da corrupção imperante no Brasil de 1910 até o golpe de 64. Para isso, baseou-se, como ele mesmo afirma, em fatos reais – e em pessoas reais, dispensando pseudônimos!, uma ousadia que lhe valeu responder por alguns processos. E o barulho foi compreensivelmente imenso quando a primeira edição chegou às livrarias, em 1970.
Um autor polêmico
“Afinal, quem é Fernando Jorge?”, perguntava-se a imprensa, abobalhada, quando “O Grande Líder” foi publicado, em 1970. “Um aventureiro? Um simulador? Um leviano?” Audacioso, o jovem escritor de sangue árabe, já então conhecido como autor de biografias sobre Aleijadinho e Bilac, peitava as críticas: “Não me provoquem! Saberei reagir!”
O livro foi um sucesso absoluto, esgotando edições sucessivamente e superando, nas listas de best-sellers, autores como Gabriel García Márquez, Jorge Amado (que, na época, lançava Tenda dos Milagres), José Mauro de Vasconcelos e Lygia Fagundes Telles. A crítica logo se dividiu: uns, como o escritor Lúcio Cardoso, defendiam que “nenhuma outra prosa de escritor brasileiro me deu uma tal impressão de virilidade e de força”. Outros asseguravam que o autor era um “protótipo do que pior existe em termos de frustração literária”. Passados 30 anos, somos obrigados a validar Lúcio Cardoso. Fernando Jorge é genial.
Deveria ser feita justiça a Piranha da Fonseca Albuquerque e colocá-lo entre os personagens mais emblemáticos de nossa literatura. Corrupto, calhorda, carreirista, esse semi-analfabeto filho de um “coronel” da Bahia, que aprendeu desde o berço a arte de roubar, matar, violar e se aproveitar da fraqueza alheia com todos os recursos disponíveis, se torna sucessivamente vereador, deputado federal, governador do Paraná e, adorado pelo povo, chega à Presidência. Quase um personagem-tipo, Piranha é a encarnação da forma brasileira de se fazer política, que infelizmente não sofreu muita mudança desde que O Grande Líder passou com rebeldia pela literatura brasileira, causou celeuma e depois quase correu o risco de cair no esquecimento. Graças à Geração Editorial, ficou no quase. Ainda bem.
Fernando Jorge é escritor e jornalista. Entre suas obras de não-ficção mais conhecidas estão “Cale a Boca, Jornalista”, “Getúlio Vargas e o seu Tempo”, “Vida e Poesia de Olavo Bilac”, “As Lutas, a Glória e o Martírio de Santos-Dumont”. Dele, a Geração Editorial também publicou “Vida e Obra do Plagiário Paulo Francis” – “O Mergulho da Ignorância no Poço da Estupidez” (1996) e “A Academia do Fardão e da Confusão” (1999). “O Grande Líder” é seu primeiro e até então único romance.