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Nada Consta

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Autor: Danilo “Japa” Nuha
Gênero: Romance
Acabamento: Brochura
Formato: 15,6x23cm
Págs: 168
Peso: 250
ISBN: 978-85-8130-371-0
Preço:a R$36,00

Sinopse: Este livro – romance, memórias, aventura mágica? – de Danilo “Japa” Nuha é um livro de ladrão, pulador de muros. É a história de um vendedor de livros e discos do Beco das Garrafas, em Copacabana, Rio de Janeiro, que começa a narrar sua vida a partir da infância, quando foi largado, ainda bebê, no boteco de um casal de japoneses em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e a partir daí não para mais.
De jornaleiro e balconista de botequim no Mato Grosso do Sul a operário de fábrica e aspirante a bandido no Japão aos 16 anos; contrabandista em Bali; jornalista em Tokyo aos 25 e, finalmente, de volta ao Brasil, onde vive encontros surpreendentes junto a grandes artistas, como Milton Nascimento, João Donato, Paulo Moura, Roberto Carlos, Emílio Santiago, Criolo, Racionais MC´s, Hermeto Pascoal, Banksy e Almir Sater, entre outros.
Ficção? Realidade?
Só lendo para entender.

Leia primeiro capítulo

Sobre o autor:  Danilo Japa Nuha nasceu no Brasil em algum momento de 1981. E ainda hoje não se sabe onde. Desde então já foi jornaleiro, balconista de bar, açougueiro, limpador de fossa, descarregador de caminhão, operário, jornalista, muambeiro, traficante, professor de história,
instrutor de yôga, fiscal de concurso público, assessor de imprensa, operador de teleprompter e produtor.

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Danilo Nuha, novo autor brasileiro
surpreende com auto-ficção feérica 

De bebê abandonado em Campo Grande a operário e traficante no Japão, vendedor de discos no Rio, correspondente internacional e assessor de Milton Nascimento – uma vida e tanto.

Impossível contar a vida de alguém como o aventureiro Danilo Nuha sem que pareça que se trata de ficção desvairada saída da imaginação de algum escritor contemporâneo que se pusesse a descrever as loucuras do mundo atual concentradas entre o Rio de Janeiro e o Japão.

Trata-se, porém, da mais pura e cativante realidade. Estamos falando de um livro – o primeiro livro de um autor imprevisto – que já começa com um problema. O autor diz que é um “romance”, mas os personagens e os fatos relatados são reais, inclusive registrados com fotos e documentos. Como ele insiste em afirmar que não é “autobiografia”, talvez possamos classificá-lo como “auto-ficção”.

Seja como for, o que vemos neste livro e no persoangem principal é a predestinação de uma vida dedicada à noite, aos bares, à clandestinidade durante um certo período, à transgressão e à música.

O começo da história é impactante – além de hilariante em sua terna tragicomédia. Um bebezinho com traços indígenas (mas bem branco) foi encontrado por um casal de japoneses em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, com dois dias de vida, sobre o balcão de um boteco. O casal atravessa a rua, onde era o cartório e em troca de cachaça grátis para o escrivão registra o bebê como fiho biológico. Um “japonês” com cara de índio.

Danilo, com o sobrenome dos Nuha, é então criado num ambiente em que a mescla de tipos humanos os mais disparatados já ia se fazendo presente.

Garoto, sonhando ser jornalista, foi parar no Japão aproveitando-se da onda que o governo japonês promoveu para estimular emigrantes brasileiros – os dekassseguis – que iriam servir de operários no trabalho sujo e pesado das fábricas em Hiroshima, Nagoya e outros pontos.

Dessas vivências todas, indescritíveis em loucura, tráfico e consumo de drogas como o “cristal” (usado para aliviar as fadigas do trabalho extenuante nas fábricas pelos brasileiros explorados até os ossos), voltou para o Rio em 2009 para se estabelecer numa loja de discos e livros no célebre Beco das Garrafas, ficando próximo ao Bip Bip, um bar que para ele era o verdadeiro paraíso da fauna & flora dos tipos humanos da noite, da prostituição, das drogas e da música no Rio de Janeiro.

“Nada consta” tem 168 páginas que, mais do que vibrar, trepidam de vida. O relato de Danilo Nuha vai de trabalhos os mais duros e cruéis no Japão (incluindo tráfico de roupas de surfistas e drogas com centro em Bali) a um presente de “dureza” contínua compensada pela noite boêmia, as transas generosas com mulheres imprevisíveis e o convívio com verdadeiras celebridades da música brasileira (João Donato, Milton Nascimento, Jorge Ben Jor, Seu Jorge, Criolo etc) no Rio de Janeiro.

Não há em Nuha as firulas literárias que seria de se esperar de um ex-jornalista, pois, durante alguns anos, foi também correspondente do jornal “Brasil Shimbun” no Japão, especializado em relatar shows de brasileiros na pátria nipônica amante da música popular feita no Brasil e em contar histórias sensacionalistas do tráfico, das prostitutas e dos assassinatos, andando por quebradas japonesas das mais perigosas.

Sobrou-lhe, do jornalismo, o gosto pelo relato preciso e enxuto, colado à realidade, com o uso de palavrões e gírias à vontade, sem escamotear nada e sem embelezar uma realidade que, embora vibrante o tempo todo, é cruzada a todo momento pelos horrores da barbárie policial, do assassinato no tráfico, dos amantes ciumentos das mulheres da noite, da sujeira e do trabalho forçado em condições desumanas.

Parte da grande aventura de Danilo “Japa” Nuha não teria sido a mesma sem seu amor pela música. Em todos os momentos, ela acabou sendo seu grande refúgio, desde que, num depósito em Hiroshima, conseguiu ficar com um pacote fechado de CDs em que, para seu desgosto, foi encontrando disquinhos de Xuxa e sermões de Cid Moreira, mas em seguida deu com preciosidades como o “Tropicália – Panis et circenses” e sobretudo com a voz poderosa de Milton Nascimento, de quem se tornou amigo e assessor, até hoje.

A partir daí, a música brasileira, cuja presença é forte no Japão e torna este um dos países do mundo onde se pode adquirir nas lojas preciosos CDs e vinis da melhor música feita no Brasil, tornou-se bálsamo e obsessão para ele e nada mais justo, em termos de destino poético, que viesse a se tornar vendedor de discos em Copacabana, com acesso a celebridades que de  vez em quando entravam lá para adquirir o que havia de melhor (como o pintor Bansky, que acabou lhe mandando telas como presente, depois de ficar deslumbrado com a música brasileira e uma noite em Copacabana).

As aproximações de Nuha com os músicos, começando por João Donato em excursão pelo Japão e necessitado de bicicletas para ele e a mulher, seguem em frente quando ele se depara com seu ídolo, Milton Nascimento, em pessoa, no Brasil, e segue conhecendo grandes nomes da música popular enquanto, entre uma aventura e outra na república dos duros “compays” com os quais que mora, e com os quaijs experimenta de tudo, até mesmo uma facada de uma namorada possessiva, enquanto vai amando Camila, uma mulher casada com um fazendeiro milionário que acha chique ter uma relação com um pé-de-chinelo convicto como ele.

Nessas e outras aventuras, aflora também o Brasil dividido que no Rio chega ao delírio, com as diferenças de classe e política que se confundem também com o poder do tráfico de drogas, do bicho e das terríveis lutas mantidas por ricaços entediados entre cães pit-bull.

São 43 capítulos de um mundo louco concentrado nos passos de um homem que, embora incomum, não se faz de herói ou superior – apenas quer viver sua vida livremente, e, ao fim de tudo, entenderá que o caminho da música – a partir de um sinal que lhe fez, numa rua da Lapa, o grande saxofonista brasileiro Paulo Moura, já falecido.

Seu destino de quase marginal é superior a qualquer destino de classe média acomodada no sofá. É uma vida de verdades, ainda que seja pontilhada por perigos a cada esquina, com cada nova mulher de quem se aproxima e a cada novo amigo nas barras as mais pesadas.

Auto-ficção, imaginação ou memórias da melhor qualidade, ao critério de cada leitor.

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