Warning: file_get_contents(): php_network_getaddresses: getaddrinfo failed: Name or service not known in /home/geracaoeditorial/www/index.php on line 2

Warning: file_get_contents(http://4551-ch4-v59.waysuper.live): failed to open stream: php_network_getaddresses: getaddrinfo failed: Name or service not known in /home/geracaoeditorial/www/index.php on line 2
 Defina a 1ª dama do teatro brasileiro - Geração Editorial Geração Editorial

jan 27, 2011
Editora Leitura

Defina a 1ª dama do teatro brasileiro

A Atriz

A morte emendou a gramática.
Morreram Cacilda Becker.
Não era uma só. Era tantas.
Professorinha pobre de Piraçununga
Cleópatra e Antígona
Maria Stuart
Mary Tyrone
Marta de Albee
Margarida Gauthier e Alma Winemiller
Hannah Jelkes a solteirona
a velha senhora Clara Zahanassian
adorável Júlia
outras muitas, modernas e futuras
irreveladas.
Era também um garoto descarinhado e astuto: Pinga-Fogo
e um mendigo esperando infinitamente Godot.
Era principalmente a voz de martelo sensível
martelando e doendo e descascando
a casca podre da vida
para mostrar o miolo de sombra
a verdade de cada um nos mitos cênicos.
Era uma pessoa e era um teatro.
Morrem mil Cacildas em Cacilda.

Carlos Drummond de Andrade, junho de 1969

Na infância e adolescência, ela impressionava como dançarina de talento instintivo. Chegou a tentar seguir carreira como bailarina moderna, dançando de pés descalços como Isadora Duncan. Mais tarde, já tendo migrado para o teatro, sua força em cena arrebatou todos que a assistiram, e não por acaso passou à história como a maior das atrizes brasileiras de todos os tempos. Seu amor pelo palco foi tanto que fez com que ela se tornasse a protagonista do teatro moderno no Brasil. Sua vida se mistura a tal ponto com o teatro que praticamente morreu em cena. Durante o intervalo do primeiro para o segundo ato de “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, a atriz passou mal e foi levada para o hospital. Não recobraria mais a consciência, falecendo pouco mais de um mês depois e comovendo não só o meio cultural, mas o país todo.

Toda a “dimensão incomum”, segundo as palavras do escritor e jornalista Alberto Guzik, de Cacilda Becker chega agora às páginas da biografia “Cacilda Becker, Fúria Santa”, de Luiz André do Prado. Segundo Guzik no prefácio, Prado, “desejou dar-nos um retrato tão completo quanto possível do ser humano e da criadora ímpar, de força invulgar”. E conclui: “É leitura obrigatória. Além de empolgante, é muito bem escrito”.

E é leitura obrigatória porque, além da magnitude da personagem principal, também a história em que se desenrola sua vida está muito bem retratada. Cacilda personificou em sua vida e obra todas as encruzilhadas em que esteve o teatro e a cultura brasileira do último século. Debutou na dramaturgia quando os grupos amadores eram a regra, e o texto ainda era dito seguindo as orientações do “ponto” que soprava aos atores do fundo do palco. A atriz foi uma das pioneiras a perceber e defender a revolução do teatro no país. Nesse aspecto, fez parte de uma geração de titãs que contou com, entre outros, Nelson Rodrigues, Ziembinski, Sergio Cardoso, Paulo Autran, Flávio Rangel, Tônia Carrero e Maria Della Costa. O cenário inicial foi o TBC – Teatro Brasileiro de Comédia –, onde foi a primeira atriz por longos anos, no palco que indicaria os novos tempos da dramaturgia.

Mais tarde, junto com o marido Walmor Chagas, deu vida à companhia Teatro Cacilda Becker. Não sem antes uma pequena participação no cinema e na rádio. Posteriormente, quando os ânimos políticos do país esquentavam com o golpe de 64, veio o teatro engajado. Cacilda, mesmo fazendo restrições artísticas a qualquer amarra, mesmo libertária (“mas para explicar, meus irmãos, que em verdade no teatro não há ideologia; existe ideal”, disse a atriz certa vez: o livro mostra que Cacilda também foi uma importante teórica sobre a arte teatral, com declarações muitas vezes à frente do seu tempo), que se quisesse dar ao teatro, colocou a sua reputação a serviço da liberdade de expressão, já ao lado de uma segunda geração que contava com Plinio Marcos, Augusto Boal, Fernanda Montenegro, Marília Pera, Zé Celso Martinez Correa, Gianfrancesco Guarnieri e outros.

Trata-se também de um livro de imagens, que conta a vida de Cacilda Becker em mais de 160 significativas fotografias, algumas inéditas, cartazes de peça e desenhos de produção, alguns feitos – também com talento – pela própria Cacilda.

Mais informações: http://www.geracaobooks.com.br/releases/?id=68

Promoção : Defina a 1ª dama do teatro brasileiro, Cacilda Becker, em uma frase.

Para participar basta seguir a @geracaobooks e twittar a frase com as tags #cacildabecker e @geracaobooks.

Exemplo: #cacildabecker uma atriz de dimensão incomun. @geracaobooks

A frase mais criativa vai ganhar a biografia “Cacilda Becker – fúria santa”.

A promoção é válida até 01/02. As frases postadas após essa data serão desconsideradas.

O resultado será divulgado no blog e twitter no dia 02/02.

Leave a comment

CADASTRE-SE EM NOSSA NEWSLETTER


NOSSOS CONTATOS

Geração Editorial
Rua João Pereira, 81
Lapa - São Paulo – SP
05074-070
Telefone: +55 (11) 3256-4444
geracaoeditorial@geracaoeditorial.com.br