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Aplicativo quer que livro seja lido em 90 minutos
Aplicativo Spritz desenvolveu método de leitura de uma palavra por vez, com ele, taxa pode chegar a 1000 palavras por minuto
Por Victor Caputo
A startup Spritz, sediada nos Estados Unidos, desenvolveu um método de leitura de uma palavra por vez. Com ele, um livro poderá ser lido em pouco mais de uma hora. A Bílbia, por sua vez, demoraria pouco mais de 12 horas. Assustador? Sim, bastante. E ele poderá estar no seu próximo smartphone.
Segundo a empresa, seu aplicativo virá instalado no Samsung Galaxy S5 e no relógio inteligente Galaxy Gear 2. Ele estará disponível para ser usado, inicialmente, na leitura de e-mails.
O método usado pela Spritz, em parte, não é novo. Há uma década pesquisadores estão propondo que a leitura em dispositivos eletrônicos com telas pequenas seja feita exibindo uma palavra por vez. Mas o Spritz dá um passo além.
O aplicativo seria capaz de reconhecer o Ponto de Reconhecimento Óptico, ORP em inglês. Para ler uma palavra, o cérebro não precisa que os olhos foquem em todas as letras, uma de cada vez. Basta bater o olho no ORP que o resto é feito de maneira imperceptível.
Para aumentar a velocidade de leitura, o Spritz é capaz de reconhecer qual é o ORP de cada palavra. A letra principal, portanto, é colocada em um lugar exato da tela e exibida em vermelho.
As palavras vão aparecendo uma a uma e o leitor não precisa nem movimentar seus olhos.
O aplicativo ainda não está disponível em português e será capaz de exibir entre 100 e 1 000 palavras por minuto, de acordo com o gosto do usuário. No site é possível fazer um teste com palavras em inglês.
Fonte: Exame
Dia Nacional da Poesia
“Poesia é voar fora da asa.” – Manoel de Barros
A palavra “poesia” tem origem grega e significa “criação”. É definida como a arte de escrever em versos, com o poder de modificar a realidade, segundo a percepção do artista.
O Dia Nacional da Poesia é comemorado em homenagem ao poeta Castro Alves, um dos maiores nomes da poesia brasileira. Nascido em 14 de março de 1847, o poeta faleceu precocemente aos vinte e quatro anos, em 1871.
Não deixe de conhecer os poetas contemporâneos que a Geração publicou recentemente.
Para celebrar esse dia, selecionamos algumas poesias dos nossos autores:
Origami
por Flora Figueiredo
Dobra que dobra,
redobra.
Põe de pé,
puxa as pontas.
Não fica perfeito,
mas faz de conta;
um pouco torto,
mas ninguém vê.
Não faz mal:
é só um pedaço morto
de folha de jornal.
Ficou de lado,
meio largado
na gaveta.
Ao voltar,
as letras de papel terão voado.
Palavra mal guardada
acaba se tornando borboleta.
# extraído do livro “Chão de vento”
**********
Amor de raiz
Por Jorge Ferreira
Antes que meu grito chegasse a ti
Ontem à noite no espelho
Ficaste cara a cara comigo
Quando juntos sussurramos.
De algum jeito eras a pré‑história
De um amor clandestino
Uma força motriz
Que me leva para dentro de ti.
Ao arquivar‑me no pensamento
Refazendo o meu ser
Já não sei se sou em ti
Ou se tu terminas em mim.
O medo não é amar
É de amar de novo,
De voltar
E não regressarmos de nós.
Tudo, tudo, tudo roda
É uma vertigem
Falta‑
me o suficiente
Ferrugem, lâmina que corrói.
Tu vieste a semear esse fogo
Fumaças espessas de lembranças
Há em nós um sabor
De um tempo suspenso.
Agora a dor começa a balançar no
esquecimento
Minhas boas‑vindas, meu bem!
Sei que sentiste também saudade
Chega mais, o futuro se aproxima.
# extraído do livro “Rio Adentro”
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No fundo da retina
Por José Carlos Vieira
sei do teu desejo mais sujo
do teu orgasmo mais cru
sei da tua pele salgada
das tuas unhas venenosas
eu sei
sou teu anjo, tua vaga mentira
teu poeta, tua melhor rima
teu cheiro de carne perfumada
teu melhor prazer
sou eu
aquele a quem sempre mentirás
cuspirás, jogarás pedras
negarás tua própria verdade
eu sei
sou eu
teu melhor defeito…
# extraído do livro “Poemas de paixões e coisas parecidas”
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Ressurreição
Por Pedro Tierra
Você veio, deitou raízes, fugiu.
Raízes fundas num peito votado
ao silêncio ressentido das pedras.
Redescobri, em teu corpo, minhas mãos
que nestes anos só souberam de algemas.
Há quanto tempo estas mãos perderam
o gesto de carinho,
o jeito de tomar teu rosto,
mergulhar os dedos nos teus cabelos…
Há quanto tempo o gosto de sal,
o grito atravessado na garganta,
a palavra seca feito punhal
ferindo o lábio…
Você veio como quem chega
da última invenção do mar.
Lavrou meu peito
com o sangue dos vulcões,
tocou-me o rosto
como os dedos do orvalho
banham o penhasco dos caminhos.
Você veio da pátria do silêncio
como o último pássaro
emudecido pelo espanto.
Você me olhou, mulher…
Como se estivesse dentro de mim
e guardasse todas as respostas,
(E foi como se um vento torturado
até a solidão ou a loucura
me devolvesse a alma da tempestade!)
Você sabia de mim mil anos antes
e trazia no corpo a semente
de novas bandeiras.
# extraído do livro “A palavra contra o muro”