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 Bombons chineses - Geração Editorial Geração Editorial


Bombons chineses

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Título original: Tang / Candy
Autor: Mian Mian
Tradutor: Wander Emediato
Gênero: Romance
Acabamento: Flexível
Formato: 16×23,5×2,02cm
Páginas: 288
Peso: 502g
EAN: 9788575090466
R$ 49,00
Editora: Geração

Sinopse:
Este livro trata das esperanças e desesperanças da juventude de um país em transformação. Sua linguagem é chocante. A jovem autora, Mian Mian, ex-dependente de drogas pesadas, narra em seu romance de estreia uma desesperada e erótica história de amor no meio de roqueiros, drogados, arruaceiros, prostitutas, loucos e adolescentes rebeldes. Um tapa na cara, que imediatamente foi proibido no seu país de origem, a China.

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Sobre autor:
Mian Mian é uma escritora contemporânea chinesa. Em 1986, abalada com o suicídio de um de seus colegas de classe, começou a escrever, como muitos jovens da geração pós–Maoísta, com o objetivo de relatar os abusos do governo e o desajuste social da época. Abandonou o secundário, seduzida pela modernidade e pelo submundo noturno da China comunista, passando por diversas experiências, em uma mescla de sexo, prostituição, drogas, tentativas de suicídio e relacionamentos amorosos. Hoje mora em Shanghai.

Palavras-chave: Mian Mian, romance, suspense, autobiografia, memórias, drogas, China

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Sexo, drogas e rock’n roll na China comunista. Resposta do governo: proibição imediata

Quando o veneziano Marco Polo deixou Khanbalik, atual Pequim, e começou a empreender a viagem de volta a Veneza, em 1295, a cidade mais populosa da China de nossos dias, Shangai, que conta agora com 15 milhões de habitantes, estava praticamente sendo fundada. Descendente de uma ilustre família de mercadores e viajantes venezianos, Marco Polo durante 20 anos fora hóspede da corte do Imperador Kubilay Khan. Distribuído em compartimentos escondidos da bagagem, Marco Polo traria um contrabando precioso que mudaria a história da Itália, como o macarrão e os casulos do bicho da seda, e mesmo toda a Europa medieval, como a pólvora. Alguns historiadores chegam a arriscar que, em troca, Marco Polo teria deixado, como legado à corte chinesa, o inigualável espírito libertário italiano.

Provavelmente, esse espírito sobrevive até hoje em toda a China, o mais rebelde dos países asiáticos, e está presente na indomável Pequim e sobretudo na belíssima, e contestadora, Shangai, porto de mar na confluência dos rios Hwangpu e Wusung, ao Sul do país. Justamente no ambiente libertário de uma Shangai, que foi o epicentro da Guerra do Ópio, entre 1839 e 1842, e onde seria fundado, em 1919, o Partido Comunista Chinês, brota com grande vigor a nova literatura da China. Foi lá que nasceu, há 31 anos, a escritora Mian Mian, principal revelação das letras chinesas pós-Revolução Cultural e grande cronista do cotidiano dos jovens marginalizados de uma Shangai, dilacerada pela droga e pelo desafio de se tornar o centro financeiro mais importante do Extremo Oriente.

No seu primeiro romance, “Bombons Chineses” , lançado pela Geração Editorial, Mian Mian percorre, propositalmente, o caminho autobiográfico – a exemplo da sua primeira obra, uma coletânea de contos, publicada em 1997. Filha de um casal de intelectuais da cidade ligados à Revolução Cultural, Mian Mian, que em chinês significa algo como Algodão Algodão, pseudônimo de Shen Wang, lançou em abril de 2000 “Bombons Chineses”, simultaneamente na revista “Souhuo” e em livro através da Editora Zhonguo Xiju Chubanshe. Em poucas semanas vendeu 40 mil exemplares e foi o suficiente para a censura do regime chinês tirar a obra de circulação. Desde então “Bombons Chineses” circula clandestinamente em todo o país e está entre os livros mais vendidos no mercado negro.

“Tang”, título chinês do romance de Mian Mian, ao longo dos capítulos, distribuidos em ordem alfabética, de A a U, a escritora nos conduz de volta à década de 80, quando nem mesmo a rebelde e boêmia Shangai possuia discotecas e bares e o regime comunista estava apenas iniciando a abertura econômica na China. Aos 15 anos, a narradora recebe a notícia de que Ligzi, sua melhor amiga, se suicidou, cortando os pulsos, após ser internada num hospital psiquiátrico. O episódio é bastante significativo. Mian Mian viveu , na própria pele, o drama da morte de uma amiga. A escritora possuia então 16 anos e chegou a escrever um conto dedicado à amiga suicida, com o título “Como uma Oração”, mas mão foi publicado. Ela acabou trocando a sua Shangai por Shenzhen, cidade experimental criada para testar as reformas econômicas impulsionadas pelo então primeiro ministro Deng Chiao Ping. Mian Mian passaria três anos em Shenzhen, onde viveria experiências que marcam até hoje a sua obra, como o submundo das drogas e o desespero de uma geração perdida. Para o crítico francês da revista semanal “L’Express”, André Clavel, os “Bombons Chineses” de Mian Mian não têm gosto de anis, mas sim de vinagre. “Todos concluem que escrevo sempre uma autobiografia”, explica a escritora numa outra entrevista a um jornal europeu, concluindo: “Na verdade, a minha vida é muito mais trágica”. No seu romance Mian Mian afirma que há tristeza, beleza e crueldade, mas existe principalmente paixão. Avisa, porém: “Os meus livros não são para intelectuais”, diz. “Os meus leitores são as pessoas que perambulam pelas ruas da China e que estão nas discotecas”. Em resumo: são para os que amam a música. No seu apartamento em Shangai há um retrato em destaque de Allen Ginsberg, o poeta da “beat generation”, e espalhados pelos cômodos vários cds dos Doors e as poesias de Jim Morrison – constata o enviado do diário romano “La Repubblica”, Massimo Vincenzi.

Cabelos negros sutis e brilhantes, Mian Mian vive agora outra batalha: a de tentar reaver, na Justiça, a guarda da filha Prudence, de três anos, fruto do casamento da escritora com um executivo inglês da área de marketing. O casamento durou pouco e o marido levou para a Inglaterra a filhinha e não quer devolvê-la à mãe. “O meu casamento não acabou por causa de um choque de culturas”, diz Mian Mian, “mas simplesmente porque, como acontece com muitos casais com as mesmas raízes culturais, não existia mais amor”.

Ao jornal católico francês “La Croix” Mian Mian se confessa: “Escrevo porque, se isso não acontecesse, eu hoje já estaria morta, como a maioria de meus companheiros, mas foi Deus que me ajudou”. Qual Deus ? – pergunta o repórter do “La Croix”. A escritora revela ter forte ligação com Buda e não com Jesus Cristo. “Vou muitas vezes orar num templo budista”, diz ela. “Mas, quem sabe, talvez um dia eu me torne cristã”. Considerada a “Lady Dark” de Shangai, por se vestir sempre de negro, dos pés à cabeça, Mian Mian é, para muitos, uma escritora trash – quem sabe, punk… Anarquista, com “teorias próprias”, seguramente sim. Cosmopolita, também. Universal. “Bombons Chineses” é, sim, uma obra datada, sem dúvida. Mas, em qualquer megalópole do mundo, como Londres, São Paulo, Berlim e New York, os personagens desse romance maldito caminham numa sinfonia desafinada.

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