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 À sombra da figueira - Geração Editorial Geração Editorial


À sombra da figueira

sombra da figueira

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Título original: In the shadow of the banyan
Autora: Vaddey Ratner
Tradução: Sandra Martha Dolinsky
Gênero: Literatura Estrangeira
Acabamento: Brochura
Formato: 15,6x23cm
Págs: 360
Peso: 470g
ISBN: 978-85-8130-253-9
Preço: R$ 39,90

E-book
ISBN: 978-85-8130-254-6
Preço: R$ 26,50

Sinopse:
Para a menina Raami, de sete anos de idade, o fim abrupto e trágico da infância começa com os passos de seu pai voltando para casa na madrugada, trazendo detalhes da guerra civil que invadiu as ruas de Phnom Pehn, a capital do Cambódia. Logo o mundo privilegiado da família real é misturado ao caos da revolução e ao êxodus forçado. Nos quatro anos seguintes, enquanto o Khmer Rouge tenta tirar da população qualquer traço de sua identidade individual, Raami se apega aos únicos vestígios de sua infância — lendas míticas e poemas contados a ela pelo seu pai. Em um clima de violência sistemática em que a lembrança é uma doença e a justificativa para execução sumária, Raami luta pela sua sobrevivência improvável. Apoiada no dom extraordinário da autora pela linguagem, À Sombra da Figueira é uma história brilhantemente intricada sobre a resiliência humana.

Finalista do Prêmio PEN Hemingway este livro vai levá-lo às profundezas do desespero e mostrar horrores abomináveis. Vai revelar uma cultura maravilhosamente rica, lutando para sobreviver através de pequenos gestos. Vai fazer com que jamais sejam esquecidas as atrocidades cometidas pelo regime Khmer Rouge. Vai lhe encher de esperança e confirmar o poder que há ao se contar uma história de nos elevar e nos ajudar não somente a sobreviver, mas à transcendência do sofrimento, da crueldade e da perda.

Leia o primeiro capítulo

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A SAGA POÉTICA DE UMA FAMÍLIA DESINTEGRADA PELO KHMER VERMELHO

Camboja, Sudeste da Ásia, 1975. A ditadura mais sanguinária do século, liderada pelo sádico Pol Pot, executa um plano totalmente insano: transformar o país num modelo comunista agrário, ainda que à custa do extermínio de milhares de pessoas. Um terço da população vai morrer nesse processo. Uma barbárie sem precedentes na história. Um exército de jovens incultos e fanáticos se encarrega de esvaziar as cidades e levar populações inteiras para as áreas rurais, onde trabalharão como escravas e serão torturadas e mortas, se consideradas improdutivas.

Dos livros que tratam das consequências de guerras e revoluções na vida das pessoas,“À Sombra da figueira”, da cambojana Vaddey Ratner, é, sem dúvida, um dos mais comoventes e poéticos – apesar da extrema, absurda brutalidade dos fatos que o geraram.

A personagem principal do romance de estreia da escritora Vaddey Ratner é a princesinha Raami, de 7 anos, que tem como pai um descendente do Rei Sisowath. A família se desintegra com a tomada do poder pelos comunistas, com o pai revelando sua origem imperial, o que leva à sua morte, mas ele consegue fazer com que sua família sobreviva, restando Raami, a mãe e a irmãzinha para enfrentar um país no qual a pobreza é dominante. As privações são tão grandes, que elas terão que sobreviver como puderem, comendo folhas e insetos que lembram baratas. O sofrimento é tão grande, que Raami deixará de falar.

Mas, antes que tudo aconteça, o reino doméstico em que a garota vivia é descrito por Vaddey Ratner numa prosa lírica que tem o poder encantador de nos levar até um país de hábitos e tradições pouco conhecidos, fazendo descrições meticulosas da culinária, das vestimentas, da flora e da fauna, quase que transformando tudo numa espécie de Paraíso onde a menina vive entre a mãe, o pai (que é um poeta) e empregados uma existência privilegiada, rondada pela guerra, mas ainda não diretamente ameaçada. É realmente precioso como a autora consegue juntar o som dos bombardeios aos sonhos infantis de Raami, sua adoração pela beleza etérea da mãe e a glória de seu pai, percebido como um deus que cunha preciosos poemas que ela traz na memória. Numa narrativa que só aos poucos deixa entrever o mundo hostil que cerca esse reino pelo lado de fora, somos levados a ter uma empatia profunda com aqueles personagens. Só mesmo nas proximidades de uma festa de ano-novo, comemorada à maneira budista, é que o terror do Khmer Vermelho começa a se concretizar, quando a cozinheira da família sai para fazer compras e não volta mais; quem traz notícias de seu desaparecimento misterioso é o pai de Raami.

 Daí em diante, a inquietação cria uma rachadura de mau agouro naquele reino. Apenas a Avó-Rainha, velhinha surda já na proximidade da morte e sonhando com o outro mundo,diz que ali, à sombra da figueira de Bengala, reinava a segurança e a guerra nunca penetraria.

A origem da revolução do Khmer Vermelho era a desigualdade social em que vivia o Camboja, até 1970 dominado por monarquias, uma das quais representada indiretamente pelo pai de Raami. Ele era um intelectual idealista, que a princípio compreendeu os ideais revolucionários do grupo formado pelo Khmer Vermelho e acreditou que eles representavam a salvação para o país, mas o Khmer derivava do conflito no Vietnã e era um grupo cujos ideais comunistas se misturavam com uma prática radical de imposições violentas, chegando a extremos tais como matar pessoas de óculos só porque, na opinião dos guerrilheiros, elas liam muito e isso era errado – intelectuais não eram bem vistos pelo regime.

Num clima desse tipo, a saga da família de Raami tinha que ser a mais sofrida possível, visto que a família representava privilégios aristocráticos que foram sendo perdidos de momento a momento, a partir do instante em que tiveram que sair da capital cambojana, Pnom Penh, para o regime de trabalho forçado no campo. Essa decadência é dramaticamente exposta por Vaddey Ratner, que, neste livro de estreante, usou material de sua própria vida, donde a intensa validade de sua opção por escrever na primeira pessoa, já que suas memórias se infiltram decisivamente na maneira como a história é contada e em seus desdobramentos. Quando o Khmer Vermelho tomou conta do Camboja, ela tinha apenas cinco anos, e testemunhou o terror a ponto de ter que sair do país e refazer sua vida nos Estados Unidos. A autora afirmou que decidiu escrever o livro em forma de ficção, não de memórias, porque suas lembranças do período não eram exatas e a escolha da fantasia permitiria que suas evocações funcionassem com maior eficácia literária.

Em todo caso, o livro não se deixa contaminar por ressentimentos pessoais, que seriam mais que lógicos, vindo a ser uma descrição precisa daqueles anos difíceis sem jamais deixar de lado a poesia, na descrição da natureza, dos arrozais e flores cambojanas, de uma beleza perdida em meio a povoados dizimados pela fome.

Pouco se sabe, no Ocidente, sobre o que foram os anos de vigência do Khmer Vermelho, apenas se fala com horror dos números do genocídio e se cita o filme “Gritos do Silêncio”, de Roland Joffé, produção EUA/Reino Unido de 1984 que, transcorrido naquele país e naquele período, mostra ao Ocidente a visão de um jornalista que, acompanhado por um guia cambojano, conduz o espectador aos infernos do regime. O ator que faz o guia, Haing S. Ngor, foi o primeiro asiático a ganhar um Oscar. De modo que o livro de Vaddey Ratner vem dar uma importante contribuição para que se conheça por dentro os mecanismos de um regime, seus objetivos e as injustiças que praticou na saga da família de Raami.

Com suas 360 páginas e trinta capítulos, além de uma nota de esclarecimento providencial da autora, “À sombra da figueira”, lançamento da Geração Editorial, nos mostra que não há no mundo nenhum reino de privilégio, ainda que assentado na poesia, que sobreviva a uma realidade opressiva, e que os resultados das lutas de classes, num contexto de terror, embora inevitáveis, podem levar a injustiças descomunais. É um documento importante e também uma obra literária que encontrou o seu tom.

Sobre a autora:
Vaddey Ratner tinha cinco anos de idade quando o Khmer Vermelho assumiu o poder, em 1975. Depois de quatro anos, tendo sofrido trabalhos forçados, fome e o risco de execução, ela e sua mãe fugiram enquanto muitos dos membros de sua família morreram. Em 1981, ela chegou aos Estados Unidos como refugiada, sem saber inglês, e em 1990, formou-se no Ensino Médio e foi oradora oficial da turma. É pós-graduada summa cum laude pela Universidade de Cornell, onde se especializou em história e literatura do Sudeste Asiático. Nos últimos anos, viajou e viveu no Camboja e no Sudeste Asiático, escrevendo e pesquisando, o que culminou em seu romance de estreia, À sombra da figueira. Vive em Potomac, Maryland. Visite seu site em www.vaddeyratner.com.

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