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 A política de uma geração - Geração Editorial Geração Editorial

mar 26, 2012
Editora Leitura

A política de uma geração

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Luiz Fernando Emediato não disfarça o cansaço. Dormiu pouco, está com sono e, mesmo assim, pouco antes de embarcar para Brasília, no final da tarde da segunda-feira, dia 12, concede alguns minutos para fotos e para resumir seu trabalho à frente da Geração Editorial, empresa que vem tocando desde 1992 e que tem dado espaço para que muitas histórias não sejam enterradas com seus personagens. Histórias não apenas contadas, mas vividas e sofridas por muita gente. Histórias que afetaram e afetam, de uma maneira ou de outra, todos os brasileiros e que privilegiam apenas alguns dentro das tramas e das trapaças.

 Emediato afirma que está nisso “quase que acidentalmente” e que o negócio tem muito de sua personalidade. Lembra que desde criança ninguém nunca mandou nele, e por isso não tem até hoje “muita noção do perigo”. Um exemplo foi o conto “De Como Estrangular um General”, escrito no início dos anos 70, quando o regime militar investia contra os opositores. Os contos e novelas escritos por Emediato, publicados em três livros, entre 1977 e 1978, voltam agora num único volume Trevas no Paraíso, organizado pelo escritor Luiz Ruffato.

Loucuras ou não, foi na Geração Editorial que o professor e jornalista João Carlos Teixeira Gomes pôde apresentar a obscura biografia de Antonio Carlos Magalhães e toda sorte de atitudes espúrias cometidas por um político beneficiário do regime militar, num reinado de mais de 40 anos de poder absoluto, que o converteu em uma espécie de dono da Bahia.

E foi a Geração quem aceitou o desafio de publicar Memórias das Trevas, obra recusada antes por cerca de 20 editoras que, apesar de reconhecerem o mérito e a alta qualidade do trabalho de Teixeira Gomes, tiveram receio de levá-la aos leitores e que vendeu 80 mil exemplares. Foi também com Emediato que Palmério Dória pôde contar, em Honoráveis Bandidos, toda a trama que levou a família Sarney a controlar o Maranhão, fazendo do estado uma extensão de sua casa, beneficiando parentes e amigos. E o controle que exerce também no Senado até hoje.

Mais recentemente, as luzes se voltaram para A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, que, durante anos, pesquisou sobre as privatizações promovidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso por intermédio do então ministro de Planejamento,  José Serra. Na apresentação, a obra é descrita como um resumo do que foi “a verdadeira pirataria praticada com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas”.

A privataria de Ribeiro Júnior envolve Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro das campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, o próprio Serra e três de seus parentes: Verônica Serra, sua filha, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marín Preciado. Embora Serra e sua família sejam o assunto central do livro, os tentáculos vão muito além.

Sobre a obra, Serra foi conciso: “É um lixo”. Verônica Serra divulgou nota contestando toda a documentação apresentada. Ela chamou “os autores” das suspeitas de “caluniadores” e “difamadores” e avisou que eles serão processados judicialmente.

A executiva nacional do PSDB afirmou que os dados do livro “não provam nada” e também anunciou, em dezembro, que iria processar o autor do livro.

Agora os holofotes da Geração Editorial serão acesos para Sanguessugas, assinado pelo jornalista Lúcio Vaz. Com lançamento previsto para dentro de 15 dias, Emediato conta que o livro vai mostrar “como funcionam os bastidores da corrupção em Brasília e seus personagens, como deputados, senadores, ministros e servidores”. Segundo Emediato, trata-se de um livro “com muitos vilões, poucos heróis, muitos crimes e nenhuma punição”.

“E cada obra editada neste caminho nos revela que o grau de nossa cidadania ainda é baixo, muito baixo. Na Noruega, por exemplo, também há corrupção – mínima, mas há”, conta Emediato. “Então quando alguém é pego, tem direito até a tratamento psiquiátrico.” É que lá o nível de civilização é tão elevado e a renda tão bem distribuída que a sociedade quer saber o que leva um norueguês a se corromper. “Para eles, uma coisa de louco”, arremata Emediato. A seguir, os principais trechos da entrevista respondida por e-mail.

Diário do Comercio – O Brasil é isso: A Privataria Tucana, Honoráveis Bandidos, Sanguessugas ?

Luiz Fernando Emediato – O Brasil é mais do que isso. Para nós, da Geração Editorial, é também Operação Araguaia , no qual revelamos os documentos secretos das Forças Armadas, que elas diziam não existir e que estão disponíveis na internet para todo mundo ver. São as Memórias das Trevas , que derrubou Antonio Carlos Magalhães. É A lei da Selva , que tem o ponto de vista dos militares sobre a guerrilha do Araguaia, e por aí vai. Costumo dizer que somos uma “editora de verdade”. Nós corremos atrás da verdade ou das muitas verdades sobre muitos e variados fatos.

DC – Temas desse porte estão nos livros por que não têm espaço nas delegacias nem nos tribunais?

Emediato – A Justiça no Brasil não existe democraticamente. É sabido. Existe para quem pode pagar. A mulher que rouba um shampoo num supermercado é presa em flagrante, vai para a cadeia e a Justiça resiste em soltá-la. O jornalista endinheirado que mata a amante demora a ser preso. O empresário corruptor e o político ou servidor público corruptos, mesmo quando descobertos, não são presos. A Justiça demora demais, e os crimes prescrevem. Torna-se urgente uma reforma do Judiciário. E, desgraçadamente, sabemos desde recentemente que boa parte dos juízes também está corrompida. O problema é que a corrupção é uma espécie de praga ou vírus, que contamina todas as instituições, do Congresso e do Executivo à Igreja, ao Judiciário e às Forças Armadas. Se existisse justiça e punição, a corrupção diminuiria. Ela é menor na China, porque lá os corruptos, quando são encontrados, são fuzilados, e a família do morto ainda paga a bala.

DC – Tomando  A Privataria Tucana como exemplo, você acredita que vivemos num País singular? A pergunta é em função da Justiça. Ou o autor e os editores erraram e deveriam, por isso, ser punidos, ou a história contada, os fatos descritos são totalmente verídicos e, neste caso, todos os acusados deveriam ser punidos. E o que ocorre? Nada.

Emediato – Mesmo admitindo que o livro possa conter erros pontuais, parece que as denúncias são tão verdadeiras em sua essência que os denunciados preferiram se calar. Isso é bastante estranho. Eu, que fiz trabalho voluntário na presidência de um fundo social, fui “denunciado” por uma revista – injustamente, é claro –  e a processei. Quero, exijo reparação. Creio que a imprensa deve ser livre, totalmente livre, para investigar e denunciar, mas tem que responder por seus erros.

DC – Em sua opinião, por que os envolvidos não recorreram à Justiça? Por que o PSDB – e me refiro à cúpula nacional – esbravejou, esbravejou e nada?

Emediato – Não sei. Devem temer alguma coisa, você não acha? No caso do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, autor de A Privataria Tucana, um personagem de seu livro, Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, o processou no passado por causa de reportagem na imprensa, mas o Amaury provou na Justiça que havia escrito a verdade e Ricardo Sérgio perdeu a ação e teve de pagar as custas do processo e os honorários dos advogados. Podemos concluir disso que só processa alguém aquele que tem absoluta certeza de sua inocência? Talvez sim.

DC – Quando você dispõe para os brasileiros obras como  A Privataria Tucana, Honoráveis Bandidos, entre outras, o que você espera além de boas vendas?

Emediato – Eu nunca imagino que um livro de reportagem vai vender no Brasil mais de 10 mil exemplares. Honoráveis Bandidos ter vendido 100 mil exemplares até agora e Privataria Tucana ter vendido 120 mil exemplares em 60 dias é, para mim, uma surpresa. Quando publico livros como esses, eu não penso só nas vendas, eu penso no compromisso que uma editora de verdade tem não só com a arte e a literatura, mas também com a história. Se eu quisesse só vender livros eu publicaria manuais de autoajuda e romances de vampiros. É só ir ao mercado internacional, comprar, editar e vender para os incautos que consomem “autoajuda” e para adolescentes que se iniciam na leitura.

DC – Corrupção dá dinheiro para quem não participa dela?

Emediato– Não, corrupção dá dinheiro para quem é altamente corrupto e é bem sucedido nessa atividade indigna.

DC – Corrupção é um bom tema?

Emediato – Corrupção, violência, opressão, amor, política, filosofia, psicologia, tudo é tema.

Fonte: http://www.dcomercio.com.br/index.php/politica/sub-menu-politica/84874-a-politica-de-uma-geracao

1 Comment

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