Como vencer ou morrer na guerrilha aos 18 anos
Celso Lungaretti era um dos mais jovens dirigentes de uma organização guerrilheira de luta armada contra a ditadura militar, no final dos anos 60 e início dos 70, quando foi preso e barbaramente torturado. Acusado de ter delatado seu grupo, passou 34 anos como um renegado, até conseguir provar, há um ano, sua inocência. Neste livro dramático, ele relembra as passeatas, a ocupação de faculdades e fábricas, os festivais de música, as ações armadas dos guerrilheiros, seus conflitos internos, as trajetórias de personagens como José Dirceu, Geraldo Vandré, Marighela e Lamarca, reconstituindo, de forma magistral e dolorida, a história de sua geração – dos jovens estudantes sem experiência militar recrutados para combater a ditadura pelas armas. E acerta, finalmente, as contas com sua consciência e a História.
Trata-se de um livro dramático e impressionante que reconstitui, numa linguagem crua e ao mesmo tempo dolorida, um dos períodos mais trágicos de nossa história recente – o período em que os grupos de esquerda armada de combate à ditadura militar, nos anos 60 e 70, tiveram seus principais militantes e combatentes presos, mortos em ação ou friamente executados e passaram a recrutar para suas fileiras jovens estudantes secundaristas sem maturidade política e sem experiência de combate. Mesmo assim, eles foram para a linha de frente da guerra revolucionária. Celso Lungaretti era um desses jovens.
Neste seu livro-desabafo, um terrível depoimento preso há mais de 30 anos na garganta, ele reconstitui a trajetória de um desses grupos de estudantes, desde o recrutamento num colégio da Zona Leste de São Paulo. Ele passa pelo aprendizado marxista; pela contestação desenvolvida na própria escola; pela organização do movimento secundarista em toda a capital paulista durante o explosivo ano de 1968; pelo engajamento na luta armada em 1969; e, finalmente, pelas prisões, torturas e mortes nos anos seguintes.
Confira a entrevista de Lungaretti no programa Provocações: